CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Safra solidária Rio Grande do Sul 2024/25, utopia ou sabedoria! Podemos imaginar?

Publicado em 27/05/2024

Divulgação
Silvia Massruhá, presidente da Embrapa.

Estive semana passada com a presidente da Embrapa, Dra. Silvia Massruhá, e conversamos sobre as perspectivas do Rio Grande do Sul perante a nova safra que deveria acontecer para o período 2024/25.

Ela me disse que um estudo dedicado da Embrapa ao Rio Grande do Sul está sendo realizado agora. E que a própria presidente Silvia está programada para uma reunião dia 10 de junho no Rio Grande do Sul para avaliar a dimensão do estrago numa perspectiva de como estaria o cenário, objetivando os plantios para a próxima safra no ciclo 2024/25, com todos os grãos onde o estado do Rio Grande do Sul tem importante participação, como o trigo, cevada, arroz, soja, fumo, uva, milho e consequentemente na proteína animal suínos, aves, ovos, leite, pecuária bovina e ovina, incluindo as pastagens.

Mas há um setor com uma estimativa já efetuada com danos profundos e muito sérios. Se trata da região dos vinhedos, com 500 hectares perdidos na tragédia. De forma pontual Bento Gonçalves.

Há uma preocupação grande como Silvia Massruhá me informou com impactos sociais e econômicos, por se tratar de uma região de pequenos produtores, familiares, com 2 a 5 hectares por propriedade.

Reintegrar essas áreas significa um grande desafio, pois o custo para reiniciar os vinhedos exige algo em torno de R$ 80 mil/ha. Ou seja R$ 40 milhões só para recompor os vinhedos.

Sobre as consequências gerais voltadas aos próximos plantios no Rio Grande do Sul, só saberemos após esse diagnóstico da Embrapa. Porém, poderíamos já conceber que as janelas clássicas de produção nas áreas atingidas deverão sofrer alterações. O nível de erosão e prejuízo dos solos pós-enchentes, versus expectativas de estiagens. Uma projeção de prejuízos sobre área a ser plantada bem como produtividade a ser obtida, é de se esperar, com prejuízos e consequências posteriores para a próxima safra.

Nesse sentido vai aqui uma inspiração criativa sobre um plano de uma safra solidária ao Rio Grande do Sul.

Temos o programa de conversão de 40 milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas no país, que nada produzem e por nada produzirem ainda são fontes emissoras de carbono na atmosfera. Portanto, precisamos atuar velozmente nessas terras. Por que não um plano emergencial, especial, veloz, com suporte de crédito e fundos internacionais? Poderíamos compensar os hectares que não poderiam ser plantados neste ano no Rio Grande do Sul, com parte dessas áreas de terras de pastos degradados.

Poderiam ser selecionadas áreas mais pré-prontas para os cultivos, com melhores indicadores de fertilidade existente e localizações geográficas mais favorecidas na logística do país. E que, inclusive, recursos humanos de organizações, universidades e cooperativas do Rio Grande do Sul, bem como agricultores, fossem utilizados na gestão desse potencial plano da safra solidária Rio Grande do Sul.

Repor áreas e expectativas de segurança alimentar do país e energéticas, só fariam bem a economia brasileira, e como isso faria bem as produtoras e produtores gaúchos, e seus técnicos, e gestores obtendo um sentido especial de trabalho e renda, nesta crise tenebrosa para ser superada.

Imaginar uma safra solidária ao Rio Grande do Sul pode parecer utopia, utilizando áreas agricultáveis hoje inúteis, sem arrancar uma árvore sequer!  Mas quem sabe não significaria uma sabedoria?

“Quando me dizem ser algo impossível mais eu creio na sua total possibilidade”.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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