CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Marco temporal e questões com enunciado crítico ao agronegócio estão na prioridade da Frente Parlamentar da Agropecuária nesta semana, Pedro Lupion

Publicado em 08/11/2023

Divulgação
Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion, nos explicou as prioridades desta semana em Brasília. Uma convocando o ministro da Educação a respeito de questões do Enem com enunciados críticos ao agronegócio, e outra sobre o marco temporal na questão da demarcação das terras indígenas. Vamos ouvir o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion:

“Essa semana é uma semana intensa de articulações em Brasília, ainda impactados e chocados pelo teor da prova aplicada ao Enem, quatro milhões de estudantes no Brasil sendo, literalmente, enganados com questões falsas no que se refere ao agro brasileiro, questões extremamente subjetivas sem fundamentação científica nenhuma. Em relação a isso nós já estamos aprovando na Comissão de Agricultura a convocação do ministro da Educação, além da Comissão de Fiscalização e Controle, na Comissão de Educação trabalhando bastante para conseguindo os esclarecimentos do que é que leva uma prova da importância que é o Enem, que é uma peneira para a entrada na universidade, simplesmente aplicar ideologia pura e simples em cima dos nossos alunos, ou seja, quem não pensa como eles não merece estar em uma universidade. É uma injustiça, é algo criminoso, completamente equivocado e que precisamos denunciar sempre e enfrentar sempre. Para isso nós estamos fazendo e pedimos a anulação dessas questões referentes ao agro porque realmente vender falácias para os nossos estudantes não presta serviço favorável nenhum para o nosso país. E também essa semana a votação do marco temporal dos vetos apresentados pelo presidente da República ao marco temporal. Quinta-feira vai ser a sessão do Congresso Nacional, nós vamos enfrentar claramente, não existe negociação alguma em relação a isso. Nós vamos enfrentar esses vetos, vamos derrubá-los para que consigamos dar segurança jurídica e tranquilidade para os produtores rurais de todo o país.”

De fato quatro questões da prova do Enem trazem associações negativas ao agronegócio brasileiro, a questão 70 ligando desmatamento com Amazônia e soja. A questão 63 associando degradação dos solos na agricultura. A questão 76 afirma que o agro brasileiro tem rigores menores do que os europeus no aspecto da proteína animal, é por isso que os produtores europeus não querem o acordo Europa Mercosul por apresentarmos riscos ambientais.

E a questão 89 associa o Cerrado a lógica do agronegócio com biotecnologia, obrigados a se relacionarem com o mercado, necessidade de sementes, mecanização e a uma “pragalização” dos seres humanos.

Sem dúvida são visões ultrapassadas, com viés manipulativo de massas, onde a generalização, eliminação e distorção através de premissas equivocadas tendem a levar a conclusões errôneas e falsas. Cooperativismo, Embrapa Agrossilvipastoril, agricultura de baixo carbono, pecuária carbono neutro, e mesmo assentamentos bem-sucedidos com cooperativas revelam aspectos significativos de melhoria de qualidade de vida, incluindo pequenas agroindústrias integradas ao comércio e serviços locais.

Enunciados falsos que exigiriam uma resposta alternativa adicional: a questão acima é verdadeira ou falsa?

Agora o marco temporal da constituição de 1988 definindo demarcação de terras indígenas até aquela data, com veto do presidente da República, irá criar um grande combate no legislativo, como afirmou Pedro Lupion, presidente da FPA. Negociação zero.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

Também pode interessar

O Brasil tem uma dependência de cerca de 85% de fertilizantes importados, com custos elevados e riscos de suprimento. Com uma iniciativa significativa a JBS, líder da proteína animal, dentro de uma estratégia de economia circular passou a transformar resíduos de suas operações em úteis e importantes insumos como os fertilizantes orgânico, organominerais e especiais na cidade de Guaiçara, interior de São Paulo.
Fiz essa pergunta numa rede social dos mais importantes líderes do agronegócio e obtive as seguintes respostas: “o produtor rural produzindo com competência, fala em nome do agro”.
No Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp ocorreu um excelente debate nesta semana sobre as eleições recentes para prefeito. Mas além das avaliações das tendências entre “Bolsonaristas x Lulistas”, ouvimos sóbrias conclusões como: “para termos um governo melhor precisamos de uma melhor articulação da iniciativa privada e uma aliança da sociedade civil organizada”. Assim como foi colocado com ênfase por um dos apresentadores Paulo Hartung, foi governador do Espírito Santo e hoje preside a Indústria Brasileira da Árvore (IBA): “a conversa de esquerda versus direita não nos leva mais ao futuro, precisamos olhar pra frente e não discutirmos 30, 40 anos de passado”.
Assistimos dúvidas e indagações de riscos e medos para o agronegócio brasileiro dependendo deste governo ou daquele nas eleições de 30 de outubro. 
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite