Eldorado/Estadão - “Juntos com sociedade civil organizada vamos superar”, Luís Rua, secretário do Comércio e Relações Internacionais do MAPA
Publicado em 30/07/2025
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Estou em um evento do Cosag – Conselho Superior do Agro, na Fiesp, e acompanhei uma apresentação muito positiva do Luís Rua, secretário do Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (MAPA). Estamos em um momento de tarifaço. Portanto, é a bola da vez e perguntei a ele quais as ações que estão sendo tomadas, como estão agindo, e deixando aqui uma lembrança dos adidos brasileiros que precisam ter muito apoio, e ele me respondeu:
“De fato, o momento é conturbado, mas o Governo brasileiro tem trabalhado em duas vertentes. A primeira delas é a negociação, e buscar todos os caminhos que possamos chegar a um consenso, uma solução pactuada com os Estados Unidos, isso liderado pelo vice-presidente Alckmin e com apoio, naturalmente, do Ministério das Relações Exteriores (MDIC), também do Ministério da Agricultura (MAPA), nos temas que são afetos a nós na agricultura, e depois um pedido que o ministro Carlos Fávaro me fez que é intensificar o trabalho de abertura de mercado. Nós já abrimos quase 400 mercados para os produtos agropecuários brasileiros nesses dois últimos anos e meio, é um recorde histórico, esse número de 397 aberturas de mercados, mais aproximadamente 200 ampliações de mercados que são tão importantes quanto as aberturas de novos mercados, e o ministro me pediu para que eu intensificasse esse trabalho junto e escutando, naturalmente, os setores produtivos, especialmente aqueles mais afetados por uma eventual colocação de tarifas a partir de 1º de agosto. E é isso que eu tenho feito, buscado essas diretrizes que o ministro Fávaro me pediu e buscado essas interlocuções. Estarei no Japão e na Coreia do Sul, e na América Central nas próximas semanas para que continuemos esse trabalho, intensificando esse trabalho porque sabemos que talvez não vamos conseguir de uma maneira ou de outra tirar todo o impacto que isso poderá ter no eventual tarifaço, mas vamos trabalhando para que no médio e longo prazo essas cadeias também possam ter mais presença em outros destinos e esse é um trabalho contínuo que fazemos no Ministério da Agricultura”.
Então perguntei ao Luís Rua sobre os nossos clientes americanos que também têm interesse em resolver esse assunto, porque não substituímos uma originação certificada, rastreada, de qualidade, ambiental como o café brasileiro, o suco de laranja, e as várias coisas que vendemos para eles, da noite para o dia. Então eu imagino que a turma lá e o diretor de supplay chain daquelas multinacionais deve estar preocupado. Tem coisas nesse sentido que vamos resolver intersetorialmente. E ele me disse:
“Eu acho que esse é um trabalho conjunto, é um momento de união, de esforços, e que é muito importante também a participação do setor privado, seja o nosso produtor, exportador, aqui falando com o importador americano para que ele também possa usar os seus canais, os seus meios de acesso ao governo americano para que possam mostrar também que o Brasil é justamente o que você, Tejon, falou, que é um conhecedor do marketing e sabe das potencialidades dos produtos do agronegócio. Eu costumo dizer que o Brasil é a terra dos “ades”, quando falamos do agronegócio, o Brasil tem qualidade, quantidade, sanidade, complementariedade, competitividade, ou seja, tem sustentabilidade que está tão em moda, o Brasil tem então uma série de “ades” que eu costumo brincar, mas que são qualidades ou atributos que a produção agropecuária brasileira tem que é muito difícil de substituirmos de uma hora para outra. Então é muito importante também que esses interlocutores nos Estados Unidos façam as suas devidas gestões. O vice-presidente Alckmin também pediu que esse esforço seja coordenado entre todos para que possamos sensibilizar, na medida do possível, o governo americano para se chegar a um bom porto”.
É um chacoalhão, mas esse chacoalhão vai nos ajudar. Eu acho que vamos fazer muitas coisas que estávamos preparando, falando e acho que vamos fazer. Pedi ao Luís Rua para dar uma mensagem final sobre as expectativas para superar essa situação e ele respondeu:
“É muito difícil dizer agora o que vai acontecer, há uma imprevisibilidade não só nessa relação do Brasil com os Estados Unidos, mas no mundo, mas o ministro Carlos Fávaro tem usado uma frase que eu gosto muito que é: ‘aquilo que não nos mata, nos fortalece’, e o agro brasileiro é forte e tenho certeza que sairá dessa situação de uma forma ou de outra fortalecido. Nós buscamos um consenso e negociação e o agro brasileiro tem também essas outras oportunidades no mundo. Nós vamos continuar trabalhando no agro que não pára, e nós no Ministério da Agricultura, na minha função na Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, com o apoio dos nossos adidos agrícolas, são 40 adidos agrícolas brasileiros no exterior, são os defensores do nosso agro, em conjunto com as embaixadas, com o MDIC, com o MRE, com a Apex, vamos continuar trabalhando para que esse nosso agro continue pujante e eu tenho certeza que vai ser”.
Luís Rua, parabéns, você está no lugar mais fantástico que um brasileiro poderia estar, secretário de Comércio e Relações Internacionais no único país do mundo que tem condições de dobrar, triplicar de tamanho em energia, em alimento, em meio ambiente. Parabéns, sucesso!
“Nós vamos continuar trabalhando e precisamos do apoio da sociedade civil organizada para que possamos juntos caminhar esse caminho de sucesso que tem sido ao longo das últimas décadas e eu tenho certeza que será nas próximas décadas também”.
Eu sei disso, superação, grande abraço Luís!
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.