CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - “Mahatma” Alysson, uma grande alma. Merece Nobel da Paz!

Publicado em 15/08/2022

Divulgação Totalpec
Alysson Paolinelli, candidato ao prêmio Nobel da Paz

Voz de líder! Na semana passada acompanhei Alysson Paolinelli a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde se desenvolve uma agropecuária com as mesmas características dos biomas brasileiros, cerrado, pantanal e amazônico. Um evento extraordinário da Totalpec.

Alysson mostrou a jornada que nos fez transformar as terras tropicais brasileiras em produção de alimentos. E eu disse a ele: “Alysson, vou chamá-lo de Mahatma, grande alma, pois você merece o Nobel da Paz pelo impacto desse conhecimento para o mundo todo doravante”.

Conosco também estava Antônio Rosa, chefe da Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Foi uma grande reunião com quase mil produtores rurais da região, numa integração de brasileiros e bolivianos e a grande importância tinha no ex-ministro Alysson Paolinelli, indicação ao Nobel da Paz 2021 e continuando essa indicação 2022, a sua extraordinária visão do quanto doravante o mundo precisará exatamente do conhecimento desenvolvido pelo Brasil, a partir da Embrapa nos anos 70, da tropicalização da agricultura.

Mil brasileiros foram enviados ao mundo, estudaram o que havia no mundo e voltando ao Brasil adaptaram essa sabedoria aos biomas tropicais do país. Alysson me disse que, por exemplo, somente na Amazônia existem cerca de 117 microbiomas, dentro do grande bioma amazônico. Isso significa estamos necessitados de realizar, agora, a mesma marcha fundamental que foi feita nos anos 70, iniciada com o ministro Cirne Lima e concretizada pelo ministro Alysson Paolinelli a partir de 1974.

Alysson me disse: “naquela época mandamos mil brasileiros estudarem doutorado e pós-Doc mundo afora. Voltaram e com eles criamos esse conhecimento o qual a humanidade agora precisa, pois não está mais na agricultura de clima temperado a solução de um futuro com 10 bilhões de habitantes na terra. Estamos totalmente necessitados agora da produção de alimentos no cinturão tropical da terra, com energia renovável e limpa e com preservação ambiental.

Mas precisamos fazer uma nova jornada. Precisamos mandar outras centenas de brasileiros, mundo afora agora, coletando o estado da arte da biotecnologia, da edição gênica, da digitalização, da sustentabilidade, bioinsumos, das causas e efeitos das mudanças climáticas e, voltando ao Brasil, de novo, numa versão agora século XXI, uma tropicalização urgente de todo esse saber sob as condições dos nossos biomas, pampa, mata atlântica, cerrado, caatinga, pantanal e amazônico, porém já sabendo que dentro de cada um desses seis macrobiomas iremos encontrar dezenas de diferenças, precisando então a pesquisa além de tropicalizar, estudar cada subsistema dos biomas, pois as sementes, a agricultura de baixo carbono, a integração lavoura pecuária e floresta, a criação dos animais e de toda proteína animal, as opções orgânicas e naturais, todas elas dependerão da pesquisa e da educação dessa pesquisa para os produtores rurais, do novo agronegócio, recriar uma nova Embrater, extensão rural e convocar toda iniciativa privada”.

Alysson Paolinelli fala da criação de uma universidade tropical, e de uma nova leitura sobre o bioma amazônico não o misturando ao conceito da Amazônia legal. São coisas diferentes cuja visão conjunta nos engana e engana o mundo. Ao verdadeiro bioma amazônico proteção total e tolerância zero sobre qualquer ataque à sua preservação. A Amazônia legal redefini-la e separar dela o que é o bioma, daquilo que foi reunido em função da economia e não da biologia.

Alysson, um verdadeiro Mahatma, uma grande alma. O cinturão tropical do planeta terra sem fronteiras, vital e fundamental para a paz e para alimentar o mundo. Nos despedindo no aeroporto voltando da Bolívia, ele me disse: “temos a melhor agricultura do mundo hoje, e não haverá saída para a fome, agroenergia e preservação ambiental fora desse conhecimento que o Brasil adquiriu nas condições tropicais. Serve para o mundo todo”.

Alysson, aplaudido de pé e fotografado o tempo inteiro pelos bolivianos. Obrigado Mahatma Alysson!


José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

O mundo pede mais produção e alimentos saudáveis. 150 milhões de toneladas de soja, vamos lá Brasil, fizemos 136 na safra 2020/21. Milho, 150 milhões de toneladas de grãos, por que não? Faremos cerca de 90 milhões de toneladas nesta safra. Incorporar 10 ou 15 milhões de hectares de áreas boas com pastagem degradada sem cortar uma só árvore.
Elcio Guimarães, Head of Embrapa Rice and Beans, Depositing Rice and Bean Cultivars in the Seed Vault. Returning to Brazil after the International Agricultural Show in Paris, meetings with Terroir in Spain, and discussions on cooperativism in Portugal, I can’t help but notice that some are still sowing the seeds of conflict amid the commercial war and rearmament in Europe.
Eu falo diretamente da França onde estamos participando de seminários do Food Agribusiness Managment, ou seja, a gestão de alimentos e do agronegócio e com um capítulo voltado ao Brasil, mais os países, as nações tropicais do cinturão tropical do planeta Terra, e aqui com relação ao ovo, olha, o mundo virou um ovo.
O que pode ser feito e será feito no agro, nos próximos 10 anos? Eu falava do “se”, uma conjunção subordinativa… “Se” fizéssemos o certo ao invés do errado, resolveríamos metade dos problemas do mundo, etc, mas além do “se”, o que pode e será feito?
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite