CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Não aprovação da demarcação temporal de terras indígenas pode levar à insegurança alimentar?

Publicado em 03/09/2021

A ouvinte Juliana Teures me perguntou hoje no Agroconsciente da Eldorado: “o presidente afirma que se não for aprovado o Marco Temporal da Demarcação de Terras Indígenas, em julgamento no Supremo, podemos chegar em uma situação de insegurança alimentar no país?”.

A minha resposta foi: não chegaremos a um ponto de insegurança alimentar em função da não aprovação da demarcação temporal. Então é um exagero, até porque o Brasil planta em 70 milhões de hectares aproximadamente as lavouras e temos uma oportunidade de dobrar a produção brasileira dentro dos 70 milhões utilizando uma tecnologia mediana, maior que a média que nós possuímos. Fora isso, nós temos no Brasil 190 milhões de áreas de pastagens e pecuária, e destes 190 milhões, 90 milhões perfeitamente possíveis esperando a agricultura de uma maneira moderna, como é a integração lavoura, pecuária do Plano ABC+.

E falando de coisas úteis que podem levar o país para dobrar a atual produção de alimentos e bioenergia, bem como biometano, mais uma pergunta: o Plano ABC+, de agricultura de baixo carbono, pode ser a segurança alimentar do país e dos clientes para os próximos 10 anos?

Ouça as minhas respostas ouvindo o podcast!

Também pode interessar

Aqui direto da França, cidade de Nantes, estou ao lado de 40 estudantes internacionais para um master de pós-graduação em gestão de alimentos e agronegócio, na Audencia Business School, em parceria com a Fecap São Paulo. E no final de semana demos uma volta pelos restaurantes da cidade para identificar curiosidades importantes sobre os alimentos e o agronegócio junto aos consumidores finais.
O colunista do Estadão, Fernando Reinach, registra na sua coluna sobre ciência da última semana uma descoberta de cientistas chineses de um gene capaz de aumentar em 50% a produção de arroz e trigo por hectare. A pesquisa na área da engenharia genética já surpreendeu o mundo na virada dos anos 90 com sementes geneticamente modificadas resistentes a herbicidas, e outras resistentes a pragas, como a helicoverpa armigera, e doenças.
Nesta semana o Brasil irá apresentar para o mundo o plano de inclusão de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas para uma economia agroconsciente. Isso significará dobrar em 10 anos a área agricultável sustentável brasileira dentro de modelos agroflorestais, integração lavoura, pecuária e florestas, diversificação de culturas com alimentos e bioenergia. Dentro desses 40 milhões de há, 12 milhões serão para restauração de florestas.
Amanhã 16 de outubro celebramos o Dia Mundial da Alimentação. Estamos a quase 1/4 do novo século XXI, e apesar do desenvolvimento científico, tecnológico, da integração de cadeias produtivas produzindo alimentos em abundância e baratos, com distribuição global, ainda contamos com fome, má nutrição, inflação de comida básica, e milhões de agricultores fora dos mercados. Desta forma empreendedorismo e cooperativismo continuam sendo as varas vitais para pescar ao invés de planos que objetivem “dar peixes“.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite