Eldorado/Estadão - No 20º Congresso Abag as mulheres brilham e descarbonizam o agro
Publicado em 06/08/2021
gratis.pngDentro do tema nosso carbono é verde recebendo o prêmio Ney Bittencourt de Araújo, a ministra Tereza Cristina se emociona ao relembrar seu pai estudando em Viçosa com Antônio Secundino de São José, fundador da Agroceres e pai do Ney Bittencourt de Araújo, afirmando a importância do conhecimento brasileiro não apenas para o país mas para todo cinturão tropical do planeta. E enfatizou que o Brasil é uma potência agrossustentável.
Solange Ribeiro, presidente adjunta da Neoenergia, afirmou estarmos maduros para assumirmos a pole position do renovável na natureza e explicou que qualquer produto brasileiro é feito com 80% de energia renovável e conclui com um fortíssima síntese: “Brasil natureza é a sua natural maior riqueza”.
Solange Ribeiro ainda acrescentou que as empresas que querem estar no mercado nos próximos 30 anos terão que atuar já com o modelo ESG, pois caso contrário não estarão mais aqui. E enfatiza a importância das narrativas e da comunicação para transformar toda essa transição em algo natural, racional e sem mitificações.
Carolina da Costa, sócia da Mauá Capital, expôs já termos mais de 300 startups, muitas agtechs, sem esquecer da Embrapa, e só precisamos conciliar as inovações e os suportes de crédito, finanças, incluindo o novo Fiagro com as práticas. Portanto, capacitação para ser sustentável é essencial. Sua conclusão também é descarbonificante, sugere repaginar as cadeias produtivas todas da semente até o consumidor consciente. Tudo.
Malu Nachreiner, presidente da divisão agro da Bayer, acentua o papel da tecnologia onde o Brasil cresceu 5 vezes mais sua produção do que a área agrícola, e diz que o nome do jogo doravante é cocriação, afirmando que precisamos sair do campo e irmos até o sistema de alimentação. Falamos de alimentos, mas precisamos falar muito mais de alimentação.
Beth Farina, presidente da WRI, foi presidente da Única, do Cade, professora do Pensa FEA-USP, explicou que agro é internacional e, portanto, totalmente vinculado ao comércio e colocou um ponto diferente trazendo um papel estimulante para o comércio como sendo o garantidor do abastecimento e segurança de alimentos, e não basta quantidade, entramos na era da qualidade, sustentabilidade, bioenergia etc.
Seis mulheres e seis lideranças de um agroconsciente descarbonizante para irmos ao futuro. Neste 20º Congresso Abag, Celso Moretti, presidente da Embrapa, recebeu o prêmio Norman Borlaug, agrônomo Nobel da Paz, criador da revolução verde, Alysson Paolinelli foi lembrado por Roberto Rodrigues, por estar agora concorrendo ao Nobel da Paz.
E ainda Antônio Roberto Cortes, presidente da Vw Caminhões, afirmou termos espaço para todas as tecnologias para movimentação dos veículos e que iremos descarbonizar o parque automotivo nacional. Ainda informou que temos um problema grave de ter uma frota o dobro mais velha do que a Europa, por exemplo, e isso é carbonificante. Eu acrescentaria: é hora de ficar de olho no biometano a partir do biogás natural e renovável do agronegócio.
Otávio Ribeiro Damaso, diretor de regulação do Banco Central afirma ser o modelo ESG fundamental doravante. Fábio Zenaro, diretor de produtos Balcão e novos negócios da B3, saudou o início das operações do Fiagro. Sérgio Vale, economista chefe da MB Associados, foi cirúrgico apontando a necessidade do governo ser ESG. Mostrou que sem a questão social resolvida não iremos para o podium do acesso aos capitais. Sérgio Vale enfatizou a necessidade vital de uma governança governamental. E Ricardo Mussa, Ceo da Raizen, defendeu o etanol como o combustível que alimentara a bateria dos carros elétricos, além do etanol para a aviação. E disse estarmos no lugar certo e termos a cana.
Agora vamos ao carbono verde. Mas, sem dúvida, governança governamental e privada reunidas serão obrigatórias.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.