Eldorado/Estadão - Alimento, biocombustíveis, saúde ambiental atraem votos dos eleitores
Publicado em 10/10/2022
Realizei ao lado do Instituto Ipeso com a Abag uma pesquisa com eleitores entre 16 e 70 anos nas áreas urbanas de 5 capitais das 5 regiões: Belém, Salvador, Goiânia, São Paulo e Porto Alegre. O estudo foi apresentado num dos congressos Abag.
O objetivo era descobrir o quanto da preocupação dos candidatos políticos com o tema agronegócio poderiam gerar ângulos positivos e atrair votos dos eleitores urbanos das grandes capitais.
O eleitor brasileiro revelava nesse estudo uma elevada percepção do significativo valor dessa cadeia produtiva, para a sua cidade, 87,5%; para o seu estado, 90,8% e para o seu país, 91,2%.
A pesquisa também apontava um orgulho positivo do eleitor brasileiro com os biocombustíveis: 89,9% considerando que o Brasil precisava usar mais a energia renovável que vem da agricultura como o etanol e o biodiesel; 86,3% acreditam que usando o etanol e o biodiesel contribui para diminuir a poluição nas cidades.
Sobre decodificar o que significa agronegócio, para a população urbana o tema da hortifruticultura tem fortíssima conexão. Legumes, verduras e frutas, ovos, leite são tangíveis e tocados in natura pelos consumidores. Os supermercados e as feiras livres são percebidos como autênticos shows do agro nas cidades, cuja relação tem sido um case de sucesso na carne suína ao lado do varejo urbano.
Programas como o Rama – Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos, da Abras, Associação Brasileira dos Supermercados também são cartões de visita do agro junto ao consumidor final, logo o eleitor.
O cidadão urbano conecta alimento com o agro, e ao mencionar as 10 marcas top of mind numa outra pesquisa da RV Mondel vieram pela ordem: JBS Ambev, Friboi, Sadia, Bunge, Embrapa, Cargill, Seara, Nestle e Aurora Cooperativa. Um destaque especial para a menção a Embrapa, como também já havíamos constatado em outro estudo, a marca que tem credibilidade para falar em nome do agro.
Então vamos vendo que o assunto agro está percebido na sociedade envolvendo grandes marcas de alimentos e bebidas, o pós-porteira agroindustrial e, consequentemente, deve fazer parte dos planos dos candidatos e de seus compromissos com o futuro governo.
Este estudo de olho nos eleitores e no agro evidenciou uma expectativa de que os candidatos tenham competência, conhecimento e promoção da atividade. 90,5% dos entrevistados afirmou que concorda que o futuro presidente precisa dar mais atenção para as questões dos alimentos. Enquanto 89,9% entendem que o Brasil pode alimentar o mundo e gerando renda para os brasileiros.
Eleitores também revelam preocupações com a infraestrutura, portos, armazéns e ferrovias. O ângulo da saúde surge da mesma forma com meio ambiente, biogás natural e renovável, e segmentos e nichos de orgânicos, biodinâmicos, agricultura local nas grandes cidades e vertical.
Dessa forma numa revelação de que 83,5% concorda ser o agronegócio motor da economia do Brasil, sem dúvida podemos afirmar: sim, o candidato que souber tratar e apresentar planos para alimentos, biocombustíveis e saúde ambiental ganhará votos urbanos.
A marca da agropecuária mais querida pelo consumidor eleitor urbano é: agricultura familiar. E quando apresentados a uma lista de profissões perguntando quais as 5 consideradas vitais para a vida na cidade as respostas foram: bombeiro, médico, professor, policial e agricultor. Idem na pesquisa RV Mondel, 7 em 10 urbanos disse admirar o agronegócio.
Sim senhores candidatos, revelar sabedoria, competência, bom senso e tratar dos alimentos, biocombustíveis, saúde ambiental e cooperação ao invés de fragmentação e divisões é o único caminho. Dignidade para o mundo e para todos os brasileiros, isso dá voto, sim.
Um só agronegocio que tem o destino do Brasil, a todos pertence mas não é de ninguém. Agroconsciente.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.