CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Rádio Eldorado - Dia Mundial da Água onde a consciência é vital, a ciência essencial e o meio ambiente crucial

Publicado em 22/03/2021

gratispng.com
Dia Mundial da Água

820 milhões de pessoas não têm acesso suficiente a alimentos no mundo; 2/3 dos habitantes do planeta passarão por algum problema de falta d’água. E água e alimentos formam um elo indissolúvel. Eduardo Assad, da Embrapa, afirma que as culturas do café, soja e milho serão as que mais sofrerão com a redução das chuvas e o aquecimento global. Água é vital.

O Brasil pode e deve ter um plano de estado para se tornar um país resiliente na questão da água. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tem três planos fundamentais para o enfrentamento desse problema, que pode virar uma gigantesca oportunidade. Conversei com Mariane Crespolini, diretora da produção sustentável e irrigação do ministério que me falou desses três planos. Um é o Plano ABC de agricultura de baixo carbono, onde o plantio direto é fundamental para proteger o solo e evitar a erosão. Inclui aí o modelo integração lavoura pecuária e floresta.

O outro é o Pronasolos - Programa Nacional de Solos, ao lado da Embrapa Solos, onde também conversei com Petula Ponciano, chefe geral dessa Embrapa, com um estudo minucioso dos solos do país. Pois gestão de água exige conhecimento do solo.

E o terceiro será o Plano Águas do Agro, uma iniciativa nacional de microbacias, onde independente das cercas de cada propriedade rural, irá ocorrer uma gestão colaborativa para preservação das microbacias que geram água para as suas unidades produtivas. Isso significará mais produtividade e segurança da produção, além de meio ambiente. A proteção das microbacias a nível nacional irá transformar o produtor rural em produtor de água, como o ex-ministro Alysson Paolinelli tanto enfatiza.

E com a água administrada e preservada, ela não será mais “gasta, e sim utilizada”, reaproveitada e se transformará em abundância e riqueza saudável para todos. Lineu Rodrigues, pesquisador da Embrapa com quem também conversei, tem nos seus estudos e artigos a fórmula para todos que quiserem. Podem acessar e já mergulharem nessa água boa. E ele acrescenta: “precisa acabar com mitos de que a irrigação gasta a água, ao contrário, irrigação utiliza a água e ajuda na sua preservação.”

O Brasil tem 12% da água doce superficial do planeta e 28% do continente americano. O mundo precisará crescer em 70% o total de sua produção de alimentos para atender 10 bilhões de pessoas em 2050. E alimento é água e a ciência essencial. O Brasil usa cerca de 65 milhões de hectares para sua produção agrícola, incluindo tudo. “Com a gestão da água, podemos multiplicar por 3 o que fazemos nessa mesma área, sem 1 há a mais e sem uma árvore a menos”, voz de Alysson Paolinelli.

O Brasil tem mais cerca de 162 milhões de há de pastagens segundo o IBGE. Desses, cerca de 100 milhões degradados que com a gestão de solos e água podem ser incorporados nos alimentos via Plano ABC e ilpf. Significa que temos área já aberta para multiplicar por 10 o que fazemos e crescer em novas culturas, tudo isso associado com agroindústrias gerando dignidade, renda, empregos e impactos significativos no PIB do Brasil. Além da “concertação” da imagem brasileira no mundo.

Mas nem só de governo vivem as ações que mudam o mundo. A sociedade civil organizada será cada vez mais responsável. Um exemplo na cidade de Ibiraci, Minas Gerais, um brasileiro, Zezinho Limonti, professor, artista, administrador, inspirou a criação de uma Oscip, PROBRIG, protetores da bacia do rio grande. Com ele se reuniram profissionais liberais, o promotor de justiça, empresários, educadores e agricultores, para cuidar do patrimônio cultural, turístico e ambiental da bacia, e com isso me disse orgulhoso terem ali um dos melhores cafés especiais do país, e uma referência de produtores para a Cocapec uma importante cooperativa de café de Franca, além de uma série de outros benefícios onde a água preservada se transforma em riqueza para todos assegurada. Zezinho tem assento no Comitê de Bacias Hidrográficas da Agência Nacional de Águas (ANA).

Portanto, Dia Mundial da Água, e como Guilherme Arantes cantou: “Terra, planeta água. Água que nasce na fonte serena do mundo e que abre um profundo grotão. Água que faz inocente riacho e deságua na corrente do ribeirão. Terra, planeta água. Eu diria agroconsciente, o agricultor do futuro é um produtor de água. E que as cidades os imitem. 22 de março, Dia Mundial e semana da água, onde a consciência é vital, a ciência essencial e o meio ambiente crucial.

José Luiz Tejon, Agroconsciente, para a Rádio Eldorado.

Também pode interessar

Apex Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ligada ao MRE, Ministério das Relações Exteriores, inicia coordenação da comunicação do agro brasileiro com a Europa. Nesta terça-feira (14) foi lançado uma iniciativa para atuar e melhorar a comunicação e a imagem do Brasil no exterior com foco inicial e ênfase na Europa.
Ontem (25) tive um momento muito rico, participei de um evento com empresários do setor de bioenergia e também com a presença da ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e acabamos vendo o quanto o Brasil ao invés de ter uma postura de ousadia, de protagonismo, perante toda a situação internacional, de carência de alimentos, de necessidade bioenergética, de necessidade deste mundo de já chegou, o futuro já está aqui, terminamos por ficar em uma situação de discutir o que não é importante.
Time for the 4th Power to appear! “Democracy is the best system of government, and now, civil society must organise itself. The global rule is that whoever is organized will develop, whoever is not will not! That's why I no longer trust only the government”, words from Alysson Paulinelli (in memorian), Minister of Agriculture in the 70s, directly to me, on December 7, 2017, city of Janaúba, Minas Geraes, Brasil.
Conversei com Pedro de Camargo Neto, um líder com reconhecida experiência e sabedoria do agronegócio brasileiro, sobre dentre todos os temas que poderíamos considerar vitais, fundamentais, estratégicos, essenciais, se fôssemos eleger apenas um, e concluímos que esse tema é a segurança genética do país, num ambiente tropical face às mudanças climáticas.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite