CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Se não compreendermos o que agronegócio quer dizer vamos errar nas conclusões

Publicado em 22/10/2021

Criação: TCA Internacional
Agronegócio: a força da economia brasileira.

Pra variar observamos erros de lógica quando entramos no assunto da palavra agronegócio. Temos enfatizado aqui no Agroconsciente que a tradução de “agribusiness” dos professores Ray Goldberg e John Davis, da Universidade de Harvard na década de 50, não é tão simples quanto negócios da agropecuária. É muito mais do que isso. Significa todos os negócios, com ou sem fins lucrativos, desenvolvidos a partir do que é plantado, criado nos campos e nas águas (não esquecer do pescado), incluindo indústria, comércio, serviços, ciência, tecnologia.

Por isso você entende, por exemplo, a Alemanha ser a líder do agribusiness do café no mundo e não plantar uma planta. Também compreenderá porque a Holanda, pequeno território, protegida por diques é o segundo maior país de agribusiness do planeta, depois dos Estados Unidos. Exatamente por agregação de valor e gigantesca inteligência da logística e do comércio mundial.

Observamos erros graves de lógica a partir de premissas erradas concluindo, por exemplo, o absurdo de que a fome que traz dores para parte dos brasileiros hoje seria culpa do “agronegócio”. Então a soja, as exportações surgem como vilãs e acusadas de responsáveis por não termos mais segurança alimentar. No país isso é responsabilidade que está muito acima de sojicultores e pecuaristas. É dever de programas de estado, de estadistas, e que populistas jamais realizarão.

60% de tudo o que os agricultores brasileiros produzem é vendido para o setor agroindustrial de alimentos e bebidas do país. Grande parte do que exportamos passa pela indústria como o açúcar, suco de laranja, todas as carnes, papel e celulose. Para cada 1 valor produzido na agropecuária ele se multiplica no Brasil por 4 vezes.

Dessa forma o que precisamos é de uma estratégia de crescimento de todo complexo agroempresarial brasileiro com muito mais agregação de valor, para multiplicar por 10 vezes cada 1 produzido nos campos. Exemplo? Uma saca de café em grão vale 10 vezes menos do que uma saca de café transformada em cápsulas.

De fato, onde existe o conceito de agribusiness como ele de verdade é, temos riqueza, renda, capilaridade da dignidade. Exemplos? Observem em todo lugar do país com cooperativas bem lideradas e agroindustrializadas, o IDH, Índice de Desenvolvimento Humano daquela região. E comparem com áreas onde sobrevivem 4 milhões de pequenos agricultores apenas das suas produções agrícolas e de subsistência isolados dos negócios.

O mal não está onde o agronegócio está, muito ao contrário, o mal está onde só tem agro e faltam negócios no antes, dentro e pós porteira das fazendas principalmente. E o novo planeta verde ESG, incluindo a biometanização de tudo. Como acompanho com os engenheiros da MWM.

Precisamos, sim, urgentemente de um planejamento estratégico do “a” do abacate ao “z” do zebu, isso sim para gerar empregos, renda e crescer o PIB do país com agroindústrias conectadas aos agricultores, comércio, serviços e muita educação desse “design thinking”.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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Somos potência para dobrar de tamanho em tudo. E principalmente onde já possuímos ativos concretos, conhecimento, inteligência humana, e exemplos honestos e legítimos. Nos últimos 50 anos o que passamos a chamar de “agronegócio”, um sistema envolvendo a agropecuária com a ciência, insumos, mecanização, indústria, agregando valor, comércio e todo setor de serviços passou a representar 27,4% do PIB nacional. Esta conta hoje é “contada” pelo Cepea/Esalq. Portanto, em um PIB total brasileiro de US$ 1.92 tri em 2022, o agronegócio representou US$ 526 bilhões.
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