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José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Cumprir a meta assumida no acordo de Paris de recuperar 12 milhões de há de florestas será bom para o mundo e para o povo brasileiro

Publicado em 06/09/2023

Divulgação
Instituto Escolhas afirma em estudo inédito que país pode recuperar 12 milhões de hectares de áreas desmatadas.

O Brasil assumiu uma meta, no acordo de Paris, de recuperar até 2030 12 milhões de hectares de florestas. O Instituto Escolhas, através da Patrícia Pinheiro, gerente de projetos do Escolhas afirma que isso irá gerar 156 milhões de toneladas de alimentos.

Em um estudo inédito, apresentado ontem, recuperar 12 milhões de hectares de áreas desmatadas usando modelos do sistema SAFs – sistemas agroflorestais – poderemos obter uma receita líquida de R$ 280 bilhões e remover 482,8 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera, produzindo então 156 milhões de toneladas de alimentos.

O estudo revela também o potencial existente nas pequenas propriedades recuperando as áreas de preservação permanente: 1,02 milhão de hectares. As pequenas propriedades familiares teriam no modelo SAFs – sistemas agroflorestais – vantagens como retorno do investimento a curto prazo, com renda a longo prazo.

Esses sistemas envolvem o plantio consorciado de plantas arbóreas nativas, frutíferas e/ou madeireira e de cultivos agrícolas de maneira simultânea e sequencial, e também podem incluir animais.

Esses estudos apontam potencial de produção para 43 variedades de alimentos de lavoura e extrativismo. Milho verde, pinhão, buriti, cumaru, jabuticaba, mangaba, erva mate e palmito gerariam um adicional de mais de 100% sobre a atual produção hoje brasileira.

O cacau poderia crescer 27,4%, o cupuaçu mais 40,4%, e o pequi outros 71,1%. E nas lavouras de ciclo curto, seria mais feijão, mais banana, mais mandioca. Nessas áreas, de preservação permanente, 1,02 milhão de há, na agricultura familiar iríamos adicionar mais 5,2 milhões de toneladas de alimentos ao ano.

O Instituto Escolhas aponta também nesse estudo inédito que o retorno é de 8 vezes sobre o investimento no modelo SAFs – sistemas agroflorestais. O importante de estímulos e estudos como esses, neste caso do Instituto Escolhas, é revelar toda a potencialidade existente na convergência das visões ESG, da sustentabilidade, de uma agrocidadania, com a bioeconomia, a geração de renda, dignidade de vida e a viabilidade das pequenas propriedades que representam no Brasil e no mundo cerca de 85% das propriedades e onde estará o grande foco do combate à pobreza, fome e miséria no planeta terra. Cerca de 500 milhões de famílias agrícolas no planeta terra inteiro.

Sistemas agroflorestais, uma ótima ideia, ainda mais para um país como o Brasil, o único no mundo com nome de árvore! Bom para todos os povos do planeta e para o povo brasileiro.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão

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