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DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - O agronegócio a serviço do governo ou o governo a serviço do agronegócio?

Publicado em 03/10/2022

TCA
O agronegócio a serviço do governo ou o governo a serviço do agronegócio?

O maior negócio do país é o agronegócio. Na soma do antes, dentro e pós porteira das fazendas vamos para cerca de 30% do PIB do país.

Agronegócio oriundo do conceito “agribusiness”, nascido em Harvard nos anos 50 é também o maior negócio do mundo. Envolve em torno de 25% do PIB planetário, quer dizer algo como US$ 25 trilhões. E na maior economia dentre as nações, nos Estados Unidos da América, seu agribusiness reúne 20% da sua economia, o que representa aproximadamente US$ 4.4 trilhões com 20% dos empregos do país.

Desta forma precisamos que as lideranças do complexo agroindustrial, agropecuário, agrocomercial, serviços e agrocooperativista se reúnam para um planejamento estratégico de negócios. Um “business plan” cujo objetivo é um só: crescer e distribuir riqueza atendendo necessidades e desejos de clientes e consumidores brasileiros e internacionais.

Precisamos de uma meta. Hoje o tamanho do agro brasileiro fatura o equivalente a US$ 400/500 bilhões, dependendo da taxa do dólar. Somos apenas 10% dos Estados Unidos. Somos apenas menos de 2% do total do agribusiness do planeta. Devemos e podemos objetivar US$ 1 trilhão na soma de todos os seus fatores até 2030.

Não estou dizendo que isso seja pouco. Afinal somos jovens. O Brasil é novo. Nosso agro tem para valer os últimos 50 anos de vida. Com Embrapa, Embrater, Proalcool, caminho para os cerrados, empreendedores, agroindústrias nacionais e multinacionais, cooperativas que também viraram agroindústrias, crescimento da hortifruticultura, e conhecimento sustentável, agricultura ABC, ilpf e nos transformamos de importadores de alimentos em exportadores e supridores do mercado interno.

Mas temos oportunidades e necessidades de investimentos na ciência, na indústria de insumos, sementes, genética, mecanização local. Temos condições de crescer no dentro da porteira do A do abacate ao Z do zebu. E podemos e precisamos desenvolver consideravelmente a agroindustrialização permitindo oferecer mais produtos de valor agregado ao invés de vender apenas commodity. E da mesma forma empregos e distribuição de renda ocorre em todo entorno da agropecuária, na indústria, comércio e serviços que multiplicam as matérias primas e desenvolvem os distintos “terroir” do país, sem jamais esquecer do cooperativismo a fonte certa para inclusão de toda agricultura familiar brasileira.

Portanto, além e acima de governos que a sociedade civil organizada se reúna com lideranças agropecuárias, industriais, comerciais e de serviços, e que o governo, seja ele qual for não faça do agronegócio um instrumento de interesses ideológicos políticos partidários e sim uma questão de estado. Que os próximos 4 anos de governo executem ações estruturantes de médio e longo prazos, muito além de iniciativas voltadas à sua própria propaganda político ideológica partidária.

O agronegocio é um só, serve a todos os brasileiros e aos clientes do mundo. Um plano de estado, pois o agro é maior do que qualquer governo.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

 

 

 

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