CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Planejamento estratégico do sistema agroindustrial brasileiro. Agora. Está na hora.

Publicado em 03/11/2023

TCAI
O Brasil precisa de um planejamento estratégico do sistema agroindustrial

Não é o Brasil que não cresce. É a inexistência de um planejamento estratégico que não o deixa crescer. O 5º maior país do mundo (porém o maior em km quadrado útil). A 7ª maior população do planeta. A 4ª maior agricultura terrestre (porém a única com condições de dobrar de tamanho com total sustentabilidade). O maior exportador de alimentos industrializados em volume do planeta (mas o 5º em valor agregado), a maior competência do sistema total do agronegócio global no cinturão tropical da terra, mais de 1 milhão de famílias agrícolas cooperativadas, enfim eis aí alguns dados apenas mais voltados ao eixo econômico desse gigante Brasil relacionado aos atuais 30% do seu PIB.

E que PIB é esse? Na casa de US$ 2 trilhões (dependente da taxa do dólar) o que é apenas cerca de 2% do total do PIB planetário. E cresce? Não. Tem se mantido exclusivamente graças ao crescimento nos últimos 20 anos da atividade do agronegócio, mas com forte ênfase no elo dentro da porteira, a agropecuária propriamente dita.

Enquanto discutimos polarizações ideológicas ultrapassadas do século XX, enquanto nos engalfinhamos no arcabouço fiscal que não será cumprido, e numa Selic de 12,25%, maior do que o dobro dos Estados Unidos hoje, que é a maior de todos os tempos, enquanto como afirmou Paulo Rabello de Castro, economista, ex-presidente do IBGE para Rádio Eldorado sobre o sistema da previdência, disse: “um país que não cresce não tem condições de prover adequadamente, morre-se de pagar tributos e ao mesmo tempo as famílias têm pouco acesso ao crescimento da renda”.

O PIB do agronegócio brasileiro, na soma dos fatores industriais, comerciais e de serviços do antes e pós-porteira das fazendas, adicionado ao elo da agropecuária propriamente dita, o dentro da porteira das fazendas, representa algo em torno de US$ 500 bilhões. 70% desse agronegócio com condições totais de crescimento a curtíssimo prazo se tivéssemos um foco priorizado na industrialização e comércio de insumos, mecanização, digitalização, com biotecnologia e genética vegetal e animal, sem esquecer da nossa irresponsável dependência de mais de 80% da importação de fertilizantes. Se incluirmos nisso o potencial da bioenergia, com biocombustíveis e biogás, dobramos essa “perna” do agronegócio.

Da mesma forma um plano de negócios para desenvolver a agroindustrialização e agregação de valor nos produtos plantados, criados e produzidos nos campos, represas, águas e mares brasileiros pelos produtores rurais, com metas de vendas, estruturas de logística, acordos bilaterais com todos os países do mundo, iríamos também duplicar o movimento econômico financeiro agroindustrial, comercial e de serviços do país.

E no centro disso, a agropecuária em si contaria com relações cliente fornecedor de muito maior parceria, e contratos que preservariam dos maiores riscos a atividade mais frágil do sistema do agronegócio que é exatamente a produção a céu aberto num ambiente tropical, exigente de ciência e tecnologia tropicalizada.

Irrigação, seguro, redes ferroviárias, fluviais, cabotagem, armazenagem, crédito vinculado a expectativas de produtividade e produção, pesquisa genética microbioma a microbioma mitigando efeitos climáticos e sanitários ocorreriam como decorrência natural desse  “plano estratégico do sistema agroindustrial brasileiro”.

E com ele, a bioeconomia e um biomarketing nos elevaria a dobrar esse sistema de tamanho a curto, médio prazo com impactos diretos nos atuais US$ 2 trilhões de PIB do Brasil, objetivando o dobro disso. E então, aí sim, arcabouço fiscal, reforma tributária, reforma da previdência, reforma administrativa, e todas as reformas seriam exequíveis.

Sem crescimento não tem reforma. Sem planejamento estratégico não tem crescimento. Portanto a reforma das reformas está na reunião das forças que lideram o país, da iniciativa privada, da educação, dos trabalhadores, da mídia, ao lado do governo, para quem sabe criarmos um “Renovabio total” de todo agro nacional. Uma sólida cooperação e com intercooperação.

Não é o Brasil que não cresce. É a inexistência de um planejamento estratégico que não o deixa crescer. E o sistema do agronegócio seria o ponto de apoio e alavanca desse crescimento para todas as demais indústrias e setores  econômicos e sociais.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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