CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Presidente Macron, da França, desconhece nossa agricultura e crítica acordo UE Mercosul

Publicado em 04/12/2023

Divugação
Macron é contra o acordo Mercosul e União Europeia

O Presidente Emmanuel Macron, da França, desconhece nossa agricultura e crítica acordo UE Mercosul, e falta ênfase no plano 40 milhões ha de pastagem degradada virando sustentabilidade. Mas, porém, todavia, contudo... Enquanto temos a melhor agricultura regenerativa do mundo, a Amazônia tem 22 facções criminosas no crime ambiental (Oesp 3/12, A-21), logo damos chance a acusações associando nosso agronegócio com práticas abusivas anti-ambientais, misturando o joio com o trigo.

Por outro lado, também, a ausência de uma estratégia de comunicação das práticas ambientais, legislação e até como a produtora rural  Dora Zanin decidiu fazer por conta própria, uma versão em inglês do nosso código florestal, esse vácuo comunicacional do que é bem feito no país, termina oferecendo a interesses competitivos e eleitoreiros, como nesse posicionamento do presidente francês na COP28, munição para “sacadas oportunistas populistas mediáticas”. Ele disse: “estamos numa linha descarbonizante ambiental e que eles, brasileiros, tem problemas”.

Um plano brasileiro com extraordinários impactos está sendo preparado, e não entendo por que até agora não tinha sido anunciado com a devida ênfase na COP28. Tema da reunião de final de ano do Cosag/Fiesp hoje. Apenas ontem o Presidente Lula abordou numa coletiva de imprensa sobre recuperar terras degradadas. Mas precisamos de muito mais impacto nessa extraordinária ideia. Se trata da incorporação de 40 milhões de há de pastagens degradadas em ativo agroalimentar, energético, ambiental e social, maior do que uma França agrícola.

Talvez pelo porte e poderoso impacto planetário exista receio na divulgação desse plano sem, talvez, um nível de detalhamento muito minucioso com questões sobre financiamento, investimentos, localização precisa da área, modelo de negócios, etc. Porém, temos esse conhecimento e temos o potencial para sua realização. E seria a “bala de prata” brasileira positiva para o mundo. Não somente como um fornecedor de segurança alimentar, energética sob todos os padrões de exigência ambiental para a terra, mas como um plano de colaboração científica educacional com todos os países do cinturão tropical do planeta para enfrentamento da miséria, fome, pobreza e desigualdade.

Quando em 1961 o presidente Kennedy desafiou os Estados Unidos a pousar na lua com um astronauta americano, o plano e a nave espacial não estavam prontas. O pouso ocorreu em 1969. O plano brasileiro dos 40 milhões de há de pastos degradados transformados em ativo bioambiental tem 10 anos previstos para sua execução.

Se não for anunciado na COP28 com a devida ênfase, perderá força de propulsão para vencer a gravidade e perderemos um fato legítimo, para envolver e abraçar todas as demais iniciativas, incluindo o anunciado pelo ministro Haddad com US$ 130 bilhões a 160 bilhões de um Plano para a Transformação Ecológico Nacional nos próximos 10 anos.

Realizamos a maior revolução planetária dos últimos 50 anos: a revolução criativa agropecuária tropical. Esse feito e esse fato merecem a justa defesa, difusão e valorização percebida. Um agroconsciente mundial.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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