CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Presidente não mexe na Agricultura: o time é bom e o técnico competente

Publicado em 25/08/2023

Divulgação
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

André Luís de Carvalho Ribeiro, o André Fufuca, político jovem, deputado pelo PP do Maranhão e filho do atual prefeito do Alto do Alegre do Pindaré, Fufuca Dantas do Maranhão surgiu como um nome para tomar o Ministério da Agricultura. São as reformas do governo dependentes das demandas das posições ministeriais, em ministérios que “tenham entregas”, assim é o desejo de Arthur Lira.

Fufuca é líder do PP na Câmara e a fofoca que rolou recentemente é de que seria o nome para substituir o atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Na fórmula política das negociações de cargos, interesses, e verbas objetivando votos, eu diria que sem dúvida o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apesar de diminuído com o desmembramento do MDA, Ministério do Desenvolvimento Agrário e a perda da Conab, Companhia Nacional do Abastecimento, mas mesmo assim continua sendo a pasta que sustenta todo sistema do agronegócio, que impacta 25% do PIB do país.

Portanto faz sentido ser objeto de desejo dos interesses das negociações do Centrão, e dos compromissos de Arthur Lira, do progressistas, PP.

Agora, a agricultura ganharia ou perderia com uma hipotética troca de Fávaro por Fufuca?

Na minha opinião mexer na agricultura agora, onde o ministro Fávaro conseguiu um positivo Plano Safra, tem planos importantes em andamento como cadeias descarbonizadas, aproveitamento de 40 milhões de hectares de pastos degradados em agricultura regenerativa. Tem uma Embrapa dirigida por uma mulher, Silvia Massruhá, com um orçamento robusto, o Mapa tem quadros, técnicos, equipe, um time que considero de excelentes funcionários que estão jogando juntos e bem na minha visão, harmonizados. E Carlos Fávaro tem experiência comprovada na agricultura, foi presidente da Aprosoja, de cooperativa, é produtor rural evoluído, e goza de respeito internacional, além de dialogar com todos os elos das cadeias produtivas empresariais.

Mexer nesse ministério, na minha opinião seria um movimento prejudicial à própria agricultura e ao país.

Na dança do presidencialismo de negociações, que o Centrão e Fufuca busquem outra cadeira, e deixa o Fávaro continuar, onde ao lado do ministro da Indústria, Comércio e Serviços Alckmin, adicionando o Ministério do Planejamento, de Simone Tebet,  poderemos começar a  imaginar um planejamento estratégico de todas as cadeias produtivas convocando também a iniciativa privada, onde infraestrutura, armazenagem, seguro, meio ambiente, negociações e contratos entre o antes, dentro e pós porteira das fazendas sejam estimuladas, bem como a imagem dos alimentos e energia brasileiros sejam positivamente conquistados a nível internacional.

As lideranças que ouvi consideram que as negociações fazem parte do jogo, mas acham muito difícil uma troca no Ministério da Agricultura.

Não mexe na agricultura presidente, o time é bom, o técnico competente, e a curto prazo significa a salvação do governo.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Indústria, comércio e serviços da Europa significam algo em torno de 95% do PIB, de suas economias desenvolvidas. O dentro da porteira, a agricultura propriamente dita europeia, tem um papel muito maior nas emoções das suas sociedades pelos traumas reais vividos por suas populações nas guerras, nos eventos das doenças vegetais dizimando as batatas, no medo de potenciais conflitos onde alimentos e energia sejam usados como “armas“, embargos gerando medo de desabastecimento. 
Ouvi o economista Paulo Rabello de Castro, doutor formado em Chicago, ex-presidente do BNDES, do IBGE, e que criou a revista Agroanalysis da FGV, que nos explica as consequências de ao invés de uma cesta básica nacional de alimentos, ampla, como está na Constituição, os riscos que o Ministério da Fazenda pode trazer ao país querendo propor, ao contrário,  uma cesta básica mínima e não ampla, para todos os brasileiros independente de classe social.
Feijão sobe 80% desde agosto de 2023 e o plantio caiu cerca de 19%. Diminuiu a área plantada comparado aos últimos 5 anos enquanto a saca do feijão carioca chegou a 70 dólares esta semana, um crescimento de 80%.
O relatório Kantar BrandZ apresentou o ranking das 50 marcas mais valiosas do Brasil. Não há na classificação uma reunião dessas marcas sob o ponto de vista do sistema agroempresarial que as vincula tanto com a originação dos campos, águas e mares, quanto com parte do seu destino incluindo significativas dependências de mercados e de consumo do complexo do antes, dentro e pós-porteira das fazendas, com ciência, comércio, indústria, serviços e a agropecuária.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite