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José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Se a indústria brasileira ficar para trás a agricultura não irá para frente

Publicado em 31/07/2023

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Quando falamos de agronegócio estamos olhando para um sistema agrícola, industrial, comercial e de serviços, totalmente exigente de ciência e tecnologia.

Quando falamos de agronegócio estamos olhando para um sistema agrícola, industrial, comercial e de serviços, totalmente exigente de ciência e tecnologia. A agricultura brasileira é totalmente globalizada. Temos no antes das porteiras das fazendas dependência de insumos, fertilizantes, componentes da mecanização, sistemas para digitalização, sinais de satélites e telecomunicações, engenharia genética, que são desenvolvidos e boa parte deles industrializados em outros países.

E temos no pós-porteira das fazendas agroindustrialização, onde a indústria brasileira de alimentos e bebidas consome cerca de 58% de toda produção agropecuária brasileira, e demais setores industriais da mesma forma utilizam matérias primas originadas nos campos do país, onde os clientes dos agricultores do Brasil são indústrias e, na imensa maioria, indústrias atuando em nosso território.

A recente pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela um quadro tratado no editorial do Estadão, deste domingo (dia 30), com o título: “Uma indústria ultrapassada”. Quase 1/3 das indústrias brasileiras atuando com maquinário entre 10 e 15 anos, distantes da moderna indústria 4.0, e há um plano anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para permitir a depreciação acelerada na compra de equipamentos.

O termo agronegócio significa um sistema agroindustrial, onde a indústria que antecede as operações nos campos precisa desenvolver tecnologias, máquinas, insumos modernos, sementes, genética, nutrição animal e vegetal, serviços de gestão e digitalização de altíssima qualidade e competitividade internacional.

Com isso as produtoras e produtores rurais recebem um suprimento competitivo   a nível mundial, onde a segurança tecnológica precisa estar em boa parte dentro do Brasil. E da mesma forma a indústria que processa, transforma e agrega valor na produção agropecuária, o dentro da porteira propriamente dito, irá melhorar os contratos para relações de maior previsibilidade com agricultores nacionais, irá investir em capacidade de armazenagem para grãos, e será através dessa indústria pós-porteira que também o comércio e os serviços como tradings, seguro, e certificações ambientais irão prosperar em maior velocidade. E além disso será através da agroindústria e produção de máquinas para pequenas propriedades rurais que poderemos incluir milhões de famílias agrícolas no mercado com cooperativas e, de fato, combater a fome e a pobreza.

Quando uma empresa de motores, como MWM, se une a uma cooperativa no Paraná, em Toledo, a Primato, para desenvolver um novo ramo gerador de riquezas como o biogás, a partir do desperdício dos dejetos da suinocultura, e com isso produzir biofertilizantes, bioeletricidade, biometano e atmosfera limpa de emissões de carbono, estaremos indo muito além da produção de suínos, estaremos produzindo e vendendo saúde. Uma revolução integradora da indústria, agricultura, comércio e serviços.

Não iremos ao futuro sem um desenvolvimento conjunto onde agricultura, indústria, comércio e serviços formem um único time, jogando juntos. As contas acumuladas do sistema de agronegócio por si só esclarecem essa lógica, cerca de 30% do PIB é a soma das cadeias produtivas agro, e 70% disso está na indústria, comércio e serviços.

E, além disso, será a única fórmula para além de dobrarmos a produção agrícola de tamanho nos próximos 12 anos, também almejarmos dobrar o PIB brasileiro de tamanho para níveis compatíveis com as nossas realidades potenciais gerando renda e distribuição de renda para todos.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

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