Eldorado/Estadão - Setor da defesa vegetal e biotecnologia registra 5 prioridades para os presidenciáveis
Publicado em 09/05/2022
Divulgação CroplifeCroplife movimenta mais de R$ 70 bilhões por ano, significando insumos vitais para a agricultura tropical. Entrevistei Christian Lohbauer, presidente executivo da Croplife, a entidade que reúne o “antes da porteira” nos setores dos defensivos agrícolas e no melhoramento genético das sementes. Significa a indústria da defesa vegetal e biotecnologia.
Pedi que apontasse os aspectos cruciais, essenciais e vitais que a Croplife como representante de insumos fundamentais para a produção, produtividade e competitividade global do país nos apontaria num momento onde gostaríamos de ver os planos dos candidatos ao governo de 2023/26 explicitados. E aí seguem 5 pontos:
1 - Agilizar a estrutura, o sistema regulatório do Brasil para que as novas moléculas, as inovações fiquem mais rapidamente acessíveis para os produtores. De acordo com a lei de modernização dos defensivos a ser aprovada no Senado.
2 - Promoção dos produtos biológicos crescendo a taxas de dois dígitos no Brasil, são ótimos, mas que tem que ser fornecidos aos agricultores com qualidade, com segurança ao produtor e consumidor, e não é qualquer um que pode produzir em qualquer lugar e hora os biodefensivos.
3 - Combate implacável ao contrabando, roubo, ao desvio, falsificação de defensivos e sementes que tem crescido de forma enorme no Brasil. A contravenção é muito grande e agressiva e precisa ser combatida.
4 - Reforma tributária que garanta que o trânsito dos produtos e serviços agrícolas, das sementes, defensivos, biodefensivos, possa transitar pelo país com menos custo, mais facilidade. Esse sistema tributário atual é um problema para toda a agricultura.
5 - Garantia que o país precisa dar na sua legislação e na forma legal para a segurança da propriedade intelectual. Isso é fundamental, pois se um país não respeita a propriedade intelectual irá perder os aportes da ciência e da inovação.
A indústria da defesa vegetal e biotecnologia, Croplife, aponta esses cinco pontos como sendo ideal para os presidenciáveis nas suas agendas, e acrescenta Christian Lohbauer: “para que o país continue a alcançar índices maravilhosos que a agricultura tem alcançado nos últimos anos e que o setor possa se envolver ainda mais no Brasil”.
Chamou muito nossa atenção o pedido para um combate implacável ao contrabando e fraudes. Coisa de polícia e lei, já. Não precisa esperar eleição.
Abaixo a íntegra de Christian Lohbauer e podcast Agroconsciente Jornal Eldorado
“Olha, Tejon, o que a Croplife acredita que seria ideal que os presidenciáveis colocassem na sua agenda são os seguintes pontos: em primeiro lugar a agilização do sistema regulatório brasileiro, a promoção da estrutura regulatória para que novas moléculas sejam aprovadas mais rápido e fiquem à disposição do produtor rural brasileiro. De acordo com a lei de modernização dos defensivos que está para ser aprovada no Senado; depois a promoção dos produtos biológicos que vêm crescendo nos dois dígitos no Brasil, são ótimos para a agricultura, mas que têm de ser promovidos com qualidade, com segurança ao produtor rural e ao consumidor, e não é qualquer um, como em qualquer lugar e em qualquer hora que pode produzir biodefensivos, isso é importante. Em terceiro lugar o combate implacável ao contrabando, ao roubo, ao desvio e a falsificação dos defensivos e sementes que é um problema crescente no Brasil, que nós temos de trabalhar de forma unida no país inteiro para evitar que isso atrapalhe o desenvolvimento da agricultura. A contravenção é muito grande e muito agressiva e tem que ser combatida. Depois a reforma tributária, que garante que o trânsito de produtos e serviços agrícolas, sementes, biodefensivos, possa transitar pelo Brasil com mais facilidade e menos custo, porque esse modelo tributário, realmente, é um enorme problema para toda agricultura e, em particular, para os insumos agrícolas. E finalmente, talvez o mais importante, a garantia que o Brasil tem de dar na sua legislação e no seu comportamento legal à propriedade intelectual que garante, como consequência, o investimento em pesquisa, em inovação, em desenvolvimento tecnológico, porque se um país não respeita a propriedade intelectual, ele perde o investimento em pesquisa e o agricultor vai ficar sem as novas tecnologias que estão disponíveis para todo o produtor do mundo. Então esses são aí talvez os mais importantes aspectos para que a indústria de defesa vegetal e a biotecnologia possam se desenvolver ainda mais no Brasil e garantir esses índices de produtividade maravilhosos que a agricultura tem alcançado nos últimos 20 anos. Obrigado. Um grande abraço”, Christian Lohbauer, presidente executivo da Croplife.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.