CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Voz de líder: Ou criamos uma só governança ESG para todo agro ou ele vira uma torre de Babel

Publicado em 27/06/2022

Divulgação Akatu
Hélio Mattar, presidente da Akatu

Registrando também a mensagem do ouvinte Daniel Huet, que pede “uma coisa que gostaria de ver que é o apoio ao uso sustentável da biodiversidade com potencial de rentabilidade no agronegócio”.

Conversei com Hélio Mattar presidente da Ong Akatu em uma apresentação excelente sobre governança da sustentabilidade para a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati), onde aproveitamos e falamos sobre a importância de realizarmos para o agronegócio uma governança da governança ESG, meio ambiente, responsabilidade social, sustentabilidade, com óbvios impactos econômicos, ou seja, eliminar a dispersão e termos uma convergência única de metas, indicadores e de verdade uma só governança. Caso contrário, ninguém se entende e nos transformamos numa torre de Babel. Cada um falando sem que o outro, e muito menos a sociedade, o compreenda.

Abaixo a voz de Hélio Mattar, presidente da Akatu, e no podcast o áudio.

Perguntei a ele: podemos colocar ordem na consciência para fazermos um agro consciente também no Brasil?

“Você tem razão, Tejon, ao falar em trazer elementos que permitam ao setor, no caso que estamos aqui conversando de agronegócio, a ter uma consciência de qual é o estágio em que esse setor como um todo na sua média de empresa como esse setor está hoje em termos de sustentabilidade. De um modo geral se fala de ações pontuais, de temas específicos, e não se fala de uma visão completa que tome como referência uma base de temas que são prioritários para aquele setor especificamente e, em função desses temas, que se desenvolvam indicadores e estágios de desenvolvimento para cada um desses indicadores também particulares para esse tema. Então em qualquer setor, mas eu acho que no agronegócio muito especialmente. Por quê? Porque há muito pouco entendimento sobre o que de fato o agronegócio tem feito. Existe muito debate, mas as vezes me parece um diálogo dos que não falam a mesma língua, de quem está falando e o outro não está ouvindo, e esse diálogo pode ser rompido se houver uma base comum para essa conversa. E a base comum pode ser uma escala, um sistema de avaliação das empresas do agronegócio que não vão se mostrar individualmente ao mercado, mas vai se mostrar como um setor, mostrando onde está indo e onde estão as maiores oportunidades de desenvolvimento”.

A conclusão é que se não reunirmos todas as partes do agronegócio em um consenso, com métricas, indicadores e governança, jamais iremos formar esse conjunto de peças de suas cadeias produtivas, e não conseguiremos objetividade e eficácia na comunicação e na governança desse macro setor.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Nestes últimos dias três alertas significativos soaram a nível nacional, internacional e no Estadão de 14 de maio, sábado passado no seu editorial. Essas três sirenes recentes estão sendo acompanhadas aqui no nosso Agroconsciente, do Jornal Eldorado, numa iniciativa que estamos fazendo: voz de líder.
O negócio da piscicultura pode multiplicar por três seu consumo per capita até 2030. Pode multiplicar por 10 suas exportações, hoje na casa de US$ 21 milhões. E pode gerar empreendedorismo, cooperativismo, empregos e renda de forma exponencial na economia do país. O que precisará ser feito? Governança das cadeias produtivas. E nesse sentido o peixe e os frutos das águas contam com tecnologia da EMBRAPA, com o Instituto de
Conversando com especialistas, doutores, ógãos científicos como Fundação MT, CCAS - Conselho Científico do Agro Sustentável, entre outros, ouvi deles que a ampliação da janela de plantio da soja que ia até 31 de dezembro, expandida até meados de fevereiro, coloca em risco um fundamento sagrado da agronomia. É um crime agronômico plantar a mesma cultura no mesmo local em sequência.
Estamos quase na virada do ano. E precisaremos mais do que nunca da prosperidade no Brasil. Márcio Lopes, presidente da OCB - Organização das Cooperativas do Brasil, neste ano de 2021, em nome do cooperativismo que responde por mais de 54% de tudo o que produzimos no agronegócio nacional, tem sido um promotor da importância de uma liderança que, além de frutos econômicos, traga prosperidade para todos numa comunidade. E prosperidade significa a governança da esperança.
© 2024 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite