CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Halal “é permitido” vender muito mais

Publicado em 29/04/2021

Divulgação
Ali Saifi, CEO da Cdial Halal

Estive com Ali Saifi, CEO da Cdial Halal. É também vice-presidente do Centro de Divulgação do Islam para a América Latina, e da Câmara de Comércio Brasil Iraque, além de embaixador pela paz do EML - European Muslim League. O assunto foi o mercado halal, produtos que seguem a lei islâmica, e halal significa aquilo que é permitido pelos fundamentos do Alcorão. E o tamanho desse mercado supera US$ 3 trilhões.

A Cdial Halal é uma certificadora halal e o que Ali Saifi me disse, e me estimulou,  é de que temos muito mais oportunidades no relacionamento do Brasil com toda essa comunidade do que estamos obtendo. Quer dizer, eu perguntei: podemos vender mais? Ali Saifi me disse: “muito mais, nós só tiramos pedido, podemos vender muito mais”.

É preciso seguir as exigências do cliente, não apenas nas carnes, mas em exemplos como no mel, da mesma forma. Perguntei sobre a ideia que o Brasil teve de instalar sua embaixada em Jerusalém, não em Tel Aviv, em Israel, mas ele me disse que isso já foi superado e que as relações do mundo islâmico com o Brasil são de total confiança. O Brasil vende cerca de US$ 7 bilhões, perante um potencial de mais de US$ 3 trilhões.

“Podemos oferecer e vender mais”, afirma Ali Saifi. Produtos de valor agregado, industrializados, cosméticos, fármacos. Oferecer mais manufaturados ao invés de commodities. “A relação que nos une é de credibilidade. Na crise que tivemos da carne fraca foi marcante essa evidência”, ressalta Ali Saifi, nas rodadas que ele acompanhou em missões de brasileiros no Iraque, por exemplo. Ouvimos afirmações assim: “nós confiamos em vocês, vocês é que não confiam em vocês”.

E o mercado mundial muçulmano gigantesco e crescente, incluindo nisso a própria Indonésia. Atualmente a comunidade muçulmana é de 1,8 bilhão de pessoas e deverá chegar, em 2050, com 2,76 bilhões no mundo. Na questão de produzir e servir aos clientes halal, toda cadeia produtiva precisa ser certificada, e dentre fornecedores de alto nível brasileiros, se encontra a própria Cooperativa Aurora Alimentos. “O mercado árabe é o maior comprador de produtos do Brasil”, alerta Ali Saifi.

O que tudo isso nos revela é o quanto temos de oportunidades para prosperar. O mercado halal é um exemplo vivo de clientes que querem estabelecer relações efetivas de parceria, não de barganha. Credibilidade e confiança. E como escreveu o poeta português Camões: “quem faz o comércio não faz a guerra”.

Por isso Brasil, país da paz e do comércio confiável e sustentável com todos seus parceiros do mundo. E aqui está o Halal, pedindo para crescer muito mais ainda. Halal é aquilo que é permitido. Então, brasileiros, também é permitido vender mais, muito mais. Vamos ao comércio moderno.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Compreender a visão sistêmica do agronegócio é sagrado e cada vez mais fundamental. Marcelo Lopes, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), em uma entrevista que me concedeu especial para o Agroconsciente da Rádio Eldorado/Estadão, me disse que esse setor está agora frente a uma de suas maiores crises.
A Agrishow está um verdadeiro show de inovações. Quando falamos em home office já podemos, sem dúvida, tratar de uma “farmoffice”, ou seja, uma fazenda administrada de casa, ou uma “homefarm”. Visitando stands vi, por exemplo, na Jacto, 41 inovações sendo apresentadas na feira. Na New Holland o primeiro trator movido a biometano.
Professor Marcos Jank, coordenador do Insper Global e do livro “O Brasil no Agro Global” foi entrevistado hoje no Jornal Eldorado por José Luiz Tejon, Carolina Ercolin e Haisem Abaki. O livro é o resultado de 3 anos de formação de membros do Ministério das Relações Exteriores, do MAPA, do Mecon e Apex.
O ministro Fávaro apresentou a decisão do Conselho Monetário Nacional  (CMN) autorizando a renegociação das dívidas do crédito rural para 17 estados e quatro produtos: soja, milho, bovinocultura de carne e leite. Quem foi afetado por adversidades climáticas ou dificuldades de comercialização tratará com a instituição financeira credora até 31 de maio deste ano a prorrogação dos vencimentos que cairiam em 2024.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite