CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Não vai haver desabastecimento de feijão no mercado interno

Publicado em 21/05/2024

Divulgação
Não vai faltar o feijão de cada dia no prato do brasileiro

Conversei com Marcelo Luders, presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), para nos contar se vai faltar feijão no mercado interno brasileiro e ele declarou:

“Qualquer declaração que surgiu de desabastecimento generalizado de feijão deve ser tratada com ceticismo. Muitas vezes essas afirmações são exageradas ou infundadas. Como nesse momento que ouvimos declarações que surgiram em meio às enchentes do Rio Grande. Estamos vendo que têm sido incentivadas em mídias sociais que o consumidor deve comprar e estocar feijão. Isto não é necessário e isto é fake News”.

Segundo Luders, “O Estado do Rio Grande do Sul é responsável por apenas 2% de um total de 3 milhões e 200 mil toneladas que vão ser produzidas esse ano no Brasil, segundo a Conab e 90% desses 2% já estava colhido, armazenado, e parte dele até comercializado quando chegaram essas chuvas terríveis no Rio Grande. É muito raro nós termos longos períodos de pouco oferta de feijão. A nossa realidade é muito diferente de outros países. O Brasil produz três safras de feijão ao longo do ano, uma em janeiro/fevereiro, que é a colheita da primeira safra. A segunda safra é entre abril e maio e a terceira vem no segundo semestre, entre agosto e outubro”.

É muita desinformação. Temos de colocar um foco e combater as fake news.

José Luiz Tejon

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A opinião do Estadão de domingo (5) assinalou: “o lado B da supersafra: déficit na infraestrutura de armazenagem desperdiça boa parte da colheita nacional”. E contando com os silos bag, ainda conseguimos guardar soja e milho literalmente no “chão”, numa solução criativa de produtores, cerealistas e cooperativas.
O presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, a maior cooperativa de café, comemorou o recorde de vendas de café no ano passado e a maior distribuição de sobras aos cooperados. O faturamento atingiu R$ 10,7 bilhões em 2024, um crescimento de 67% sobre 2023. 
Pra variar observamos erros de lógica quando entramos no assunto da palavra agronegócio. Temos enfatizado aqui no Agroconsciente que a tradução de “agribusiness” dos professores Ray Goldberg e John Davis, da Universidade de Harvard na década de 50, não é tão simples quanto negócios da agropecuária. É muito mais do que isso. Significa todos os negócios, com ou sem fins lucrativos, desenvolvidos a partir do que é plantado, criado nos campos e nas águas (não esquecer do pescado), incluindo indústria, comércio, serviços, ciência, tecnologia.
Mudanças climáticas, enchentes, incêndios, secas, insegurança alimentar, energética e ambiental no mundo. O departamento de agricultura dos Estados Unidos na semana passada em seu relatório diminuiu a expectativa das safras americanas por exemplo. Então a COP30 será no Brasil, na Amazônia, Belém do Pará, e precisamos de uma coordenação e minimamente uma só voz da ciência brasileira ao lado da iniciativa privada do país.
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