CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Rádio Eldorado - Embaixador Rubens Barbosa vê uma perigosa pororoca entre pandemia Covid-19 e Amazônia

Publicado em 24/03/2021

Divulgação Abitrigo
Rubens Barbosa, presidente executivo da Abitrigo.

Agronegócio virou sinônimo de saúde, bem estar animal, humana e ambiental. O Conselho Federal da Alemanha exige do governo uma estratégia de financiamento para reconversão da pecuária com uma orientação mais ecológica e que respeite os animais.

O Brasil tem ao mesmo tempo o melhor do estado da arte da sustentabilidade, qualidade, mas convivemos com zonas atrasadas em tecnologias, e o mundo pós Covid-19 será extremamente exigente em segurança e saudabilidade dos alimentos. Mas ficamos aqui com outra preocupação. O fato das mortes por Covid-19 no Brasil caminharem para mais de 300 mil, podendo, e esperamos que não, se aproximar de 400 mil, o quanto o negacionismo e a não prevenção com o supply chain de vacinas ao longo de todo ano de 2020, poderá afetar o agronegócio brasileiro a partir de 2022?

Conversei com o embaixador Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington e presidente executivo da Abitrigo, Associação Brasileira da Indústria do Trigo, que me falou: “percepção externa sobre o Brasil se tornou muito negativa nos últimos dois anos pela narrativa e algumas medidas na área ambiental e mudança de clima, em relação aos ilícitos (desmatamento, queimadas e garimpo)”.

E continua o embaixador Rubens Barbosa: “essa percepção se agravou com a maneira como o combate à pandemia está sendo conduzida e pelo número de mortos. Na questão da Amazônia, se não houver uma correção de curso, vai haver impacto na exportação de produtos do agro e no financiamento de projetos de nosso interesse e mesmo de empresas nacionais por parte de instituições financeiras”.

Ou seja, o embaixador Rubens Barbosa vê uma perigosa pororoca entre pandemia Covid-19 com Amazônia. Também conversei com o professor dr. Umesh Mukhi, da Índia, formado na Audencia de Nantes, França, e professor de gestão da fundação Getúlio Vargas. Ele me disse: “o Brasil tem um papel fundamental no agro mundial. O Brasil tem crescido no cenário global mas problemas recentes podem provocar inesperadas situações. Ainda é cedo supor se perante a pandemia o Brasil sofrerá retaliações. Mas, sem dúvida, o acordo Mercosul Europa forçará o Brasil a respeitar obrigações ambientais. Estados Unidos também exercerá pressões. O Brasil precisará seguir alinhado com as iniciativas da mudança climática”.

Fica claro que o caminho é um só. E temos dentro do Brasil exemplos, conhecimento como agricultura de baixo carbono, Pronasolos para domínio e gestão da água, programas como Águas do Agro, para microbacias em todo território. E se a agropecuária nos últimos 10 anos cresceu 23,2% versus o PIB de apenas 3%, há muito para realizarmos positivamente com o agroconsciente.

Mas o erro na administração da pandemia não sairá barato, pois penaliza a economia por não ter estoques de vacinas, além de algo que não tem preço: vidas humanas. “O Brasil deve se precaver”, como aconselhou o prof. Umesh, indiano em carreira na FGV.

 

José Luiz Tejon, Agroconsciente, para a Rádio Eldorado.

Também pode interessar

Com abertura do presidente da Câmara Brasil Alemanha, Manfredo Rübens, e dos embaixadores do Brasil na Alemanha, Roberto Jaguaribe; e da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms; teremos o congresso digital: “Don’t forget the animals”, não esqueça os animais. Nesta semana iniciando terça-feira até sexta-feira, das 8h45 até 11h15, com participação gratuita.
Entre listas de comerciantes, indústrias, prestadores de serviços discriminados se não declararem apoio a Bolsonaro, e até ideias de colocar estrelas do PT em estabelecimentos que votaram em Lula, imitando as estrelas de David dos judeus na Alemanha nazista dos anos 1930, estamos vivendo uma hipnose de discriminações onde o medo sobre o novo governo eleito é fantasmagórico por boa parte da agropecuária. Medo de invasões estimuladas, perda do direito de propriedade e total insegurança jurídica e confiscos e taxações, parece o filme Armagedom, Apocalipse.
A alma sertaneja foi sacudida pelo falecimento de Marília Mendonça. Como nas melhores fábulas de Tolkien, como em Senhor dos Anéis, cabe ao mais puro dentre todos assumir a jornada de herói. Na Fábula foi o Frodo. Na vida real, Marília Mendonça.
O escritor, cronista, radialista Sérgio Porto tinha um pseudônimo: Stanislaw Ponte Preta. Falecido em setembro de 1968, seu último livro foi batizado de FEBEAPÁ – Festival de besteiras que assola o país, onde publicou uma série de legítimas “besteiras” que eram proferidas por autoridades da época.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite