Rádio Eldorado/Estadão – Conhecimentos tradicionais levam Prêmio Fundação Bunge
Publicado em 26/09/2025

Entrevistei Claudia Calais, diretora executiva da Fundação Bunge, no 70º Prêmio Bunge de Ciência totalmente agroconsciente. Neste ano evento com quatro premiações ocorridas nesta semana em São Paulo.
Que contou também com a presença da secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania Regina Célia da Silveira Santana.
Claudia Calais me disse: “São 70 anos da Fundação Bunge, uma entidade social que desenvolve projetos em diferentes áreas e regiões do país. E qual a importância do Prêmio Fundação Bunge? Ele é um prêmio que valoriza e estimula a ciência no Brasil e quem é do agroconsciente sabe da importância da ciência e como foi importante para tornar o agro brasileiro pujante que nós temos hoje. Então é uma instituição que há 70 anos valoriza os profissionais que dedicam vida e obra à ciência brasileira, principalmente as ciências agrárias e também oferece um estímulo para jovens talentos para que sigam e deem continuidade no caminho da pesquisa no Brasil, que é um trabalho tão reverenciado no mundo. A pesquisa brasileira é muito referenciada no mundo e principalmente quando se está falando na pesquisa no agronegócio”.
Sem dúvida o agro é ciência e o agro tropical é o Brasil na ciência. Perguntei então a Claudia Calais quais são os prêmios entregues esse ano.
“Esse ano nós focamos muito em mudanças climáticas, vamos dizer assim que é a nossa realidade, o nosso dia a dia, e tivemos um olhar muito específico sobre o que os pesquisadores do agro estão olhando para as mudanças climáticas, como podemos mitigar e enfrentar as mudanças climáticas quando estamos falando do ponto de vista da produção? Então essa é uma das áreas, a influência das mudanças climáticas na produção de alimentos e a segunda área nós olhamos para os conhecimentos tradicionais, como eles estão conectados e estão ajudando nos processos da agricultura. E para a nossa felicidade esse ano temos quatro premiados que representam esse Brasil diverso, profundo e único no qual nós vivemos. Nós temos um premiado que é do extremo norte do Amazonas, quase divisa do Brasil com o Peru e com a Colômbia, e isso para nós foi extremamente importante. Ele veio com os filhos dele e é a primeira vez que os filhos saem da comunidade em que vive. Para se ter uma ideia para chegar a São Paulo ele desceu dois dias de barco até uma cidadezinha e dela ele pegou um avião pequeno e foi até Manaus e de Manaus ele pegou outro avião para chegar aqui. Para se ter uma ideia das dimensões do Brasil. Nós estamos premiando também um jovem pesquisador fruto de uma comunidade quilombola no Recôncavo Baiano, uma premiada juventude que vem do Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais e o professor Tieres que vem de Pernambuco. Qual a beleza disso? Mostra como o nosso país é diverso, e como que uma política pública que temos nesse país de levar cada vez mais as universidades públicas, os centros de pesquisa para o interior do país, descentralizar o ensino no Brasil, como isso deu certo que essa é a primeira geração premiada, e estamos falando de um prêmio de 70 anos, que vem desse Brasil profundo, do interior. Acredito que o prêmio sempre quis e trabalhou muito para isso e a premiação desse ano reforça que investir em ciência, educação, é o caminho para o país e temos que cada vez mais investir e levantar essa bandeira de educação e ciência para todos, acreditar e trabalhar com a ciência”.
Parabenizo a Fundação Bunge porque no Agroconsciente olhamos muito para a imagem do Brasil para o mundo e quando falamos as vezes só das grandes culturas e do mundo mais empresarial acabamos não mostrando muito o que a Fundação Bunge está mostrando e para a imagem brasileira é muito importante que tenha esse tipo de exposição dessas pessoas premiadas vindas de lugares que cada vez mais são valores efetivos desse país tropical dos distintos biomas.
Portanto, parabéns e eu espero que a Fundação Bunge continua mostrando isso no Brasil e para o mundo todo!
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão