CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Sob denso nevoeiro nunca pare na pista

Publicado em 25/07/2021

Denso nevoeiro

O conselho acima encontramos nas placas das estradas onde é comum termos neblina. Viver é nos acostumarmos a ultrapassar tanto os momentos de luz, sol claro, no oceano chamamos de “mar de almirante“, quanto as tempestades, as borrascas e as nuvens baixas dos nevoeiros pessoais, profissionais, sociais, econômicos e estruturais da sociedade onde vivemos.

Estamos em meio a um denso nevoeiro sob a pandemia universal que expõe a desconexão das lideranças e sob um ambiente de mortes torna tudo nebuloso, conflituoso onde o medo tende a prevalecer.

Mas é exatamente das horas das trevas que florescem os saltos positivos que continuam nos levando na jornada inexorável da evolução humana. Os apocalipses ao longo da história tem sido anunciados e nunca efetivados. Muito simples, nascemos todos para experienciar a vida na terra e com ela aprender a aprender.

Neste momento, onde o nevoeiro é denso vale o bom conselho das placas, “nunca pare na pista“. Diminua a velocidade, use farol baixo e “keep going“ como se diz em inglês, siga andando. Se você parar a chance de um grave acidente irá provocar.

Uma vez cruzando o estreito de Gibraltar, na divisa do atlântico com o Mediterrâneo, 6 horas da manhã, eu estava no convés de um navio cargueiro indo do Rio de Janeiro até o Porto de Livorno na Itália. Era impossível enxergar 2 metros adiante de você. E esse local é estreito com rotas intensas de navegação. As embarcações todas com sensores, radares, modernas tecnologias.

Porém, a cada minuto nosso comandante fazia soar o apito do navio. E passei a ouvir uma série de apitos de outros navios. Parecia uma orquestra onde não víamos nada, tínhamos os radares nos dirigindo, mas também, o soar dos avisos dos apitos dizendo: eu estou aqui, apite por favor.

Vamos continuar a nossa marcha na terra, e iremos aprender o que significa cooperação, o papel da pacificação, e o que separa “chefes do quarteirão“ de legítimos líderes de uma nação. Apite, ou seja, se comunique.

E fica aqui a lição, não pare na vida, nunca desista, sob nevoeiro não adianta farol alto. Hora de colocar os pés no chão e saber que nas horas boas podemos voar com lucidez, e nesses momentos aprendemos a não duvidar do sentido de viver. Iremos disso precisar como nunca imaginamos para que nas crises as possamos vencer.

Não pare, a vida continua. Os caminhos aperfeiçoam e criam legítimos líderes.

Também pode interessar

Conversei com João Dornellas, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos e Bebidas (Abia), que apresentou o balanço 2022. Batemos recorde no setor, superando R$ 1 trilhão, houve o crescimento da importância da indústria de alimentos e bebidas sendo responsável por 10,8% do PIB do país.
Da safra que finaliza agora já estamos perdendo cerca de 12 milhões de toneladas de milho em função da estiagem do ano passado que atrasou o plantio da safrinha e 12 milhões de toneladas de grãos para dar uma ideia dessa dimensão equivale ao tamanho de toda uma safra de arroz no país.
Na série voz de líder Agroconsciente ouvimos a diretora do Sindicato Rural de Bastos, no Estado de São Paulo, a capital nacional do ovo, Cristina Nagano. Os custos da ração dobraram, milho e soja, do premix idem em dólar e das embalagens também, e o setor não consegue repassar preços aos consumidores, que terminam por consumir menos.
Entidades agroindustriais pedem sensatez e pacificação do país. A Abag, Abiove, Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia de Nutrição Vegetal), Abrapalma, Croplife, Sindiveg (Sindicato da Indústria para Defesa Vegetal) e IBA, soltaram um manifesto onde em síntese expõem: preocupação com os atuais desafios à harmonia político-institucional. 
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite