CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

18 mil criadores de búfalos manejam cerca de 3 milhões de animais no Brasil e com bem estar animal

Publicado em 28/12/2021

Bufalos

A bubalinocultura profissional praticada no Brasil envolve 18 mil criadores, os quais manejam cerca de 3 milhões de animais nas cinco regiões geográficas do país. O rebanho, incluindo as raças murrah, mediterrâneo, jafarabadi e carabao, produz leite e carne com diferenciais de qualidade. Somos líderes na atividade no Ocidente, que responde pelo giro de aproximadamente R$ 1 bilhão ao ano na economia nacional. E o mais importante: a maior parte dos “bufaleiros” é de pequenos produtores e a atividade, em franco desenvolvimento, gera emprego, renda e impostos.

A pecuária bubalina também tem ajudado a mudar o perfil econômico de regiões de baixo IDH, como o Vale do Ribeira e o Vale do Paraíba, no estado de São Paulo, onde se tornou mais importante que a criação de bovinos.

O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalo (ABCB), o médico veterinário paulista Caio Vinícius Di Helena Rossato, diz que o bem-estar animal é pré-requisito para uma pecuária profissional, digna e eficiente e consiste em ausência de fome, sede, má nutrição; dor, desconforto, medo, estresse; e liberdade para o animal expressar o comportamento natural de sua espécie. E faz um alerta: “para além do bem-estar animal e da interação que os criadores de búfalos mantêm com seus animais, não se pode desperdiçar alimento em um momento em que há um bilhão de pessoas com deficiência de proteína e gente passando fome no mundo”.

Rossato afirma ainda que “a vocação do segmento é ocupar nicho de mercado. Trabalhamos com afinco para fazer isso com a máxima seriedade e competência”.

Lembrando que o búfalo é um animal extremamente dócil e tranquilo. Bem manejado e cuidado, retribui o tratamento que recebe. Uma das principais autoridades mundiais em búfalo, o professor italiano Luigi Zicarelli, do Departamento de Medicina Veterinária e Produção Animal da Universidade de Nápoles Federico 2º, aponta o Brasil como referência em bem-estar animal.

Zicarelli visita o país há mais de 30 anos e conhece a fundo a realidade da pecuária brasileira. Ele costuma dizer que "aprendeu o que é o verdadeiro bem-estar animal" nas frequentes incursões pelo nosso território.

Vale lembrar que a carne bubalina é saborosa, tem significativamente menos calorias, colesterol e gordura, e mais proteínas e nutrientes. No caso do leite, o de búfala possui elevado teor de cálcio e fósforo, é fonte de vitaminas A, B2 e D e tem baixo teor de colesterol, sódio e potássio. É, por natureza, leite A2, isento da proteína que tem potencial de causar problema gástrico. E a verdadeira "mozzarella", como a original da Itália, só é possível com leite de búfala.

Com toda argumentação positiva, vamos consumir mais carne, leite e derivados bubalinos! E um Feliz Ano Novo!

José Luiz Tejon.

Também pode interessar

O relatório Kantar BrandZ apresentou o ranking das 50 marcas mais valiosas do Brasil. Não há na classificação uma reunião dessas marcas sob o ponto de vista do sistema agroempresarial que as vincula tanto com a originação dos campos, águas e mares, quanto com parte do seu destino incluindo significativas dependências de mercados e de consumo do complexo do antes, dentro e pós-porteira das fazendas, com ciência, comércio, indústria, serviços e a agropecuária.
Nestes últimos dias três alertas significativos soaram a nível nacional, internacional e no Estadão de 14 de maio, sábado passado no seu editorial. Essas três sirenes recentes estão sendo acompanhadas aqui no nosso Agroconsciente, do Jornal Eldorado, numa iniciativa que estamos fazendo: voz de líder.
Entrevistei o ex-ministro Roberto  Rodrigues, hoje professor emérito da FGV, a respeito do futuro do agro brasileiro. Suas visões dos desafios de insegurança alimentar, transição energética, transformação ambiental e desigualdade social e perguntei a ele como o Brasil pode superar esses desafios por meio do sistema do agronegócio do futuro.
Conversei com o agrônomo, professor de sustentabilidade no agro e escritor Xico Graziano, que foi ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo entre 2007 e 2010, no governo de José Serra, e é também membro do Conselho Consultivo do Agro Sustentável (CCAS), sobre a nova lei de licenciamento ambiental
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite