CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - “A agricultura de clima temperado trouxe o mundo até aqui, doravante será a tropical”. Hora justa para a “nossa tropical” obter o apoio nacional. Está certo CNA.

Publicado em 02/02/2024

Divulgação
CNA – Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária

Essa frase do grande líder brasileiro, in memorian, Alysson Paolinelli, nos ajuda a entender bem tanto os aspectos da insatisfação dos agricultores europeus, num mundo onde o Brasil assume a 4ª maior agricultura do planeta e numa jornada para ser a maior dentre todas nos próximos 15 anos, portanto, somos competitivos em escala e custo, inigualáveis; então não querem os agricultores europeus o acordo União Europeia & Mercosul. Mas, por outro lado também nos deixa claro a necessidade de intervenção urgente, aqui no Brasil, neste momento de prejuízos de grande parte dos agricultores por problemas climáticos.

Estou neste momento viajando pelo Brasil Central, e falo agora de Campo Grande no Mato Grosso do Sul. E comigo produtores rurais e técnicos atuando no Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul. E a constatação é inequívoca: prejuízos, diminuição das safras de soja e também teremos menos milho. E como não temos aqui nos trópicos os subsídios, o seguro rural, a infraestrutura europeia, e temos por outro lado condições tropicais de pragas, doenças, solos fracos,  e uma agricultura que prosperou de verdade somente nos últimos 40 anos, vale com toda justiça atender as demandas pedidas pela CNA – Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, numa reunião nesta semana com o ministro Fávaro.

O Brasil não pode parar de crescer, pois o que produzirmos iremos vender para o próprio país e para o mundo. Por isso precisamos, sim, alongar os vencimentos dos financiamentos por um ano para os agricultores prejudicados. Necessitamos renegociar dívidas vencidas. E devemos antecipar as verbas de pré-custeio para os produtores honrarem seus compromissos já assumidos. Também a CNA, numa solicitação documentada e assinada pelo seu presidente João Martins, adiciona a necessidade da simplificação dos formulários e da burocracia que revelam as perdas.

Antecipar o crédito de custeio a taxas subsidiadas é válido, sim, pois significaria continuarmos na expansão agropecuária brasileira, numa safra a ser plantada a partir da metade do ano, a safra 2024/25, e se este “suporte” não for assegurado aos agricultores deste clima tropical, que não contam nem de longe com o assistencialismo e protecionismo daqueles do “clima temperado europeu”, neste momento onde um fator incontrolável interferiu, o clima, é justo e correto a intervenção do estado brasileiro para darmos uma passagem sobre a crise. E os preços da soja não sobem, pois mesmo com a menor safra brasileira a Argentina está com perspectivas de grande colheita, e o milho também por parte dos Estados Unidos.

Mas que prevaleça o que comentamos frequentemente aqui no Agroconsciente. Planejamento estratégico, seguro rural, infraestrutura, agroindustrialização e boa comunicação. Estas serão as ações gerenciais e de liderança sagradas para cumprirmos a visão do saudoso Alysson Paolinelli: “a agricultura de clima temperado nos trouxe até aqui, doravante será a tropical”.

Hora justa da “nossa tropical” receber o justo suporte e apoio nacional.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Em Brasília nesta semana teve a primeira reunião do Comitê de Comunicação do Plano de Conversão de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em ações sustentáveis. Isso significa potencial para dobrar o agro brasileiro com práticas totalmente sustentáveis numa integração de plantio de florestas com modelos de diversificação de cultivos.
Estou ouvindo líderes do setor, um deles admirável o Ricardo Santin, presidente da ABPA – Associação Brasileira da Proteína Animal. Esse frango, esse suíno, essa coisa deliciosa das festas é com ele aqui que as coisas acontecem.
Dra Ludhmila Abrahão Hajjar, convidada para o Ministério da Saúde, entre uma reunião com o presidente e sua decisão no dia seguinte sofre o linchamento virtual.
Marcelo Luders, presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), traz da Argentina uma notícia preocupante, onde a Câmara de Legumes Argentina registrou que esta safra tem as maiores perdas de 10 anos. Falta de chuvas com várias geadas consecutivas, e adicionam “podemos ter certeza de que a colheita resultará num fracasso completo”.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite