Eldorado/Estadão - Clima afeta feijão na Argentina, importante crescer irrigação no Brasil, pede Ibrafe.
Publicado em 29/07/2024
DivulgaçãoMarcelo Luders, presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), traz da Argentina uma notícia preocupante, onde a Câmara de Legumes Argentina registrou que esta safra tem as maiores perdas de 10 anos. Falta de chuvas com várias geadas consecutivas, e adicionam “podemos ter certeza de que a colheita resultará num fracasso completo”.
A respeito disso Marcelo Luders enfatiza a importância vital da irrigação crescer no Brasil, e traz um cenário de curto prazo sobre o feijão para o consumidor brasileiro.
“Vamos falar um pouco sobre a produção de feijão. Todo mundo sabe que produzir alimentos no campo é uma indústria de céu aberto. Os argentinos que o digam. Faltou chuva no momento de plantar feijão. Isso fez com que atrasasse bastante o momento do plantio. Plantaram e aí o que aconteceu? Veio uma geada e dizimou as lavouras, resultando em uma perda de mais de 50%. O que isso significa para eles? Não vão reaver o dinheiro investido em sementes, fertilizantes, máquinas, combustíveis e mão de obra. Situação bastante complicada lá. Apesar do Brasil ainda importar um pouco de feijão da Argentina não há motivo para preocupação. Pelo menos nos próximos 60 dias o brasileiro encontrará nas prateleiras o feijão mais barato do ano e provavelmente a melhor qualidade do ano. Isso se deve ao esforço de produtores que têm investido todo o seu capital em sistemas de irrigação, sem contar com juros subsidiados ou incentivos financeiros. Não existe por parte do governo bolsa produtor nem mesmo seguro suficiente para a atividade que é tão arriscada e ainda tem de enfrentar uma burocracia que leva até 10 anos para autorizar que reserve um pouco de água da chuva para produzir comida. Isso depois de comprovarem que não vão afetar o meio ambiente se reservarem essa água. Todo ano, nessa época, presta atenção, baixa o preço do feijão porque irrigar garante a produção sem desmate. É aproveitar melhor não só a terra, mas a água também que é tomada emprestada do meio ambiente e depois é devolvida. Nós sabemos como é irrigar, não é? Irrigamos o feijão no algodão, na escola, molhamos uma plantinha dentro de casa ou a grama do jardim. Quanto mais os produtores investirem para aumentar a irrigação, mais certeza podemos ter de frutas, verduras, grãos e o nosso feijão, até o vinho, a cerveja lá no supermercado com bom preço.”
Precisamos de ações estratégicas velozes, uma delas significa inteligência na irrigação, com alternativas que preservam o meio ambiente, por exemplo, sistemas como de gotejamento, criados em Israel e à disposição no país, dentre outros e produtores rurais, boa hora para plantar feijões, haverá um impacto de crescimento dos preços neste ano com a quebra da safra Argentina.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.