Eldorado/Estadão - G7, as 7 economias mais ricas do mundo preparam um plano contra uma potencial crise global de fome
Publicado em 18/05/2022
DivulgaçãoNo Congresso da Apas 2022, em São Paulo, os supermercados pedem evolução nas relações humanas com o tema: “o essencial é humano”. De 16 a 19 de maio no Expocenter Norte, em São Paulo, ocorre o Apas Show, a maior feira de bebidas e alimentos das Américas. Evento da Associação Paulista de Supermercados, que no último encontro presencial de 2019 reuniu cerca de 60 mil visitantes, mas agora em 2022 com certeza haverá quebra de recorde de público, expositores e negócios.
A programação das palestras investe e premia intensamente o fator humano nas relações. Cada vez mais parece haver uma convergência para uma máxima que afirma: “a tecnologia digital servirá a um mundo cada vez mais analógico”. Parece que as pessoas estão carentes de pessoas. E que as relações humanas nunca pediram tanto pelo fator humano como agora. O tema central do congresso foi batizado de: “o essencial é humano”. E isto sem negar o delivery e o ecommerce.
Participei do almoço do setor de hortifruticultura, a convite da presidente da International Fresh Produce Association, Valeska Oliveira Ciré, e do seu presidente do conselho, Júnior Lucato, uma organização mundial na promoção da tecnologia e consumo de hortaliças e frutas, onde observamos a importância da humanização nas relações do consumo.
Nos supermercados existem cursos para formação de padeiros e de açougueiros. E um dos objetivos é o de estabelecer diálogo com consumidores, como tínhamos outrora nos bairros, onde o padeiro, o açougueiro e o farmacêutico eram personalidades de extrema confiança do consumidor.
Mas falando do setor dos legumes, frutas, verduras, conversamos como também seria importante a valorização do papel dos feirantes. Aquela barraca da feira livre onde da mesma forma se estabelecia um contato e uma grande confiança nas relações comerciais nos bairros. E por que não produtores rurais ao lado das gôndolas de hortaliças e frutas educando e promovendo seus produtos? Ou mesmo filhas e filhos de agricultores nos pontos de vendas?
As preocupações do segmento da hortifruticultura está hoje no brutal crescimento dos custos de produção, de transporte, nas embalagens, e na queda de consumo. Valeska me disse que em função da diminuição da renda as pessoas estão selecionando quais itens comprar e isso diminui o volume de negócios do setor. E com a incerteza climática, frio e geadas teremos prejuízos e ampliação dos problemas na produção das frutas, legumes e verduras. A inflação dos últimos 12 meses segundo o IBGE no setor FLV foi de 36,52%.
Por outro lado, no consumo estamos ainda muito distantes do recomendado pela OMS por habitante ano no Brasil. Por outro lado, o setor reúne hoje empreendedorismo que já consegue exportar cerca de US$ 1 bilhão de frutas por ano ao exterior, e com perspectivas positivas no crescimento do consumo percapita ao lado dos supermercados, e jamais esquecendo dos feirantes e das feiras livres. E tudo isto com rastreabilidade e monitoramento de alimentos como o Programa Rama da Abras exemplifica.
Há um enorme potencial para os vegetais saudáveis, onde investir em educação do consumidor é algo absolutamente essencial e humano. High tech, mas muito mais humano é a lei. E aqui vai um abraço do Agroconsciente para todos os feirantes de todos os dias e que nas madrugadas vão erguer suas barracas com os vegetais da saúde.
O novo varejo de alimentos e bebidas imita a feira da confiança dos bairros e das comunidades, um negócio de pessoas para pessoas. “O essencial é humano”, e quem está dizendo é a Apas 2022. E antes tarde do que nunca, um Plano Safra de guerra como pede o ex-ministro Roberto Rodrigues. O G7 já comecou.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.