CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - “Agropecuária e indústria fortes superam crises e cresce o país”

Publicado em 23/03/2022

Divulgação ABIA
João Dornellas, presidente executivo da ABIA

João Dornellas, presidente executivo da Abia, comenta impactos da guerra na indústria de alimentos e bebidas e registra a importância de termos uma agropecuária e uma indústria fortes para superação das crises e crescimento do PIB do país. Posso dizer que uma sem a outra revela fragilidades e lacunas estratégicas numa cadeia de valor.

Conversei com João Dornellas sobre a situação da indústria de alimentos e bebidas que é o maior segmento industrial brasileiro, representando 25% da indústria nacional.

A agroindústria compra 60% de tudo o que é produzido no país pelos produtores rurais, e exporta 25% da produção industrializada, onde 75% é para abastecimento do mercado interno.

Não podemos nos esquecer de que açúcar, suco de laranja, algodão, indústria da madeira, parte do café solúvel, moído e torrado, farelo de soja, óleos, as carnes, lácteos, e até os pet food são produtos agroindustriais, feijão e arroz, mandioca, cacau, etc, recebem níveis de processamento industrial.

João Dornellas me disse que por sermos um país que tem produção agropecuária significativa, temos uma condição menos nevrálgica do que outros países do mundo. E João Dornellas salienta que deveremos ter outra safra recorde, o que é muito importante. Porém, enfatiza que vivemos uma situação de total incerteza, onde a guerra Rússia x Ucrânia é de desfecho não sabido. Portanto há uma forte preocupação com os impactos nos custos das matérias primas, energia e transportes.

Uma visão positiva da Abia é a de não acreditar em falta de produtos, novamente ao se referir a sermos um país com forte atividade no dentro da porteira, na agropecuária, produzindo soja, milho, feijão, arroz, açúcar, frutas, hortaliças e crê também numa maior produção de trigo para a próxima safra, onde temos um setor industrial do trigo forte mas dependência agrícola podendo dobrar de tamanho, sem esquecer da nossa cerveja onde também importamos cevada e podemos produzir muito mais no país.

Caso o conflito se prolongue, afetará todos os países com os quais temos relações e, segundo João Dornellas, exportamos para 190 países, e somos o setor agroindustrial com maior exportação do mundo. A indústria de alimentos sente o efeito dos custos, incluindo petróleo, milho, trigo e fertilizantes que impactam todos os seus derivados.

Desde o início da guerra no mês passado o trigo aumentou 21%, a cevada 33%, fertilizantes 40%. O Brasil importa da Argentina 87,5% do trigo trazido do exterior, e o país vizinho tenderá a proteger seu abastecimento interno se a crise continuar.

Um aspecto muito importante no custo dos alimentos tem sido o aumento das embalagens. E elas significam cerca de 60% do custo final dos alimentos. E as embalagens em 2021 subiram 100% de preço, ou seja, dobraram, portanto alternativas inovadoras e criativas passam a ser fundamentais.

Então segundo a Abia, com os custos crescentes deveremos ter impactos no consumo interno do país. Por outro lado, o aumento do preço dos alimentos poderá causar aumento nos valores vendidos na exportação. Dessa forma, a perspectiva do setor de alimentos e bebidas, mesmo com redução da economia mundial, tende a crescer exatamente por ser básico e vital. Alimentos.

Soluções inovadoras, produtos e marcas posicionados para a superação da crise, é uma tendência do momento. Podemos concluir que uma agropecuária forte ao lado de uma agroindústria forte, sem dúvida, é uma proteção importante para uma crise na dimensão que estamos passando.

Que esses dois elos das cadeias produtivas agroalimentar dialoguem e criem vínculos inteligentes, e mais fortes entre si, tanto no pós-porteira das fazendas quanto no antes, onde fertilizantes, insumos, mecanização e as inovações do biogás e biometano, por exemplo, precisarão da industrialização. Ciência, educação, comércio, cooperativas, meio ambiente e serviços crescerão no bojo de uma política agroindustrial competente, e com isso crescerá o PIB.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Estive com líderes agricultores e essa pergunta é feita: afinal, quando vai funcionar esse tal mercado do carbono e como vai? Fabiana Villa Alves, diretora do Departamento de Cadeias Produtivas e Agregação de Valor do Ministério da Agricultura, dirige o programa “Cadeias Produtivas Agropecuárias Descarbonizadas”. Uma extraordinária ideia associada ao Plano ABC + e carbono + verde.
A Câmara de Comércio e Indústria Brasil Alemanha realiza nos próximos dias 23 e 24 de manhã um congresso internacional voltado ao bem estar animal - o “Don’t forget the animals”, não esqueçam os animais. 
Inteligência, boa vontade e trabalho é o grande sentido que o agronegócio brasileiro, o Agroconsciente precisa. Eu conversei com Claudia Calais, diretora executiva da Fundação Bunge, que atua há 65 anos realizando trabalho evolutivos e esse trabalho que agora registramos na região de Canarana, no Mato Grosso, na terra Xavante, ali em uma área de povos indígenas onde a Claudia me disse que o grande objetivo e o grande aprendizado no trabalho , em um reflorestamento que está sendo realizado é uma integração de um trabalho entre os povos indígenas com a agricultura familiar e a grande agricultura empresarial.
What kind of revelation is this above? This is what students of the international Master's Degree at Audiência, France/ Fecap/ Brasil have asked me and it´s a very simple answer, taken from an obvious perspective. If we escape the hypnosis of distractions and generalisations, we can take, feel, and have proven evidence of the agents of the agribusiness system who are already operating in 2024 as if we are acting in 2034.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite