CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Analista de investimentos Sicredi considera economia brasileira positiva, porém com dependência das condições das próximas safras.

Publicado em 09/10/2024

Divulgação
Sandro Yamada, analista de investimentos da Sicredi

Em um evento na Avenida Paulista, coração financeiro do país, a Cooperativa Sicredi realizou um encontro de lideranças e cooperados para uma visão econômica do Brasil, do cooperativismo de crédito e decisões de investimentos. Sandro Yamada, analista de investimentos, nos deu a entrevista abaixo:

“Hoje nós projetamos que teremos uma inflação que deve fechar ainda dentro da meta, mas considerando os seus intervalos de tolerância. O Banco Central persegue a trazer essa inflação mais para o centro de meta que é uma inflação de 3% ao ano, está fazendo esforços para isso, elevando recentemente a taxa básica de juros. Nós temos expectativa que ela ainda aumente mais até o final do ano. Isso torna o cenário contracionista, menos dinheiro circulando. Em contrapartida nós temos hoje o Governo, dentro da sua ideologia, promovendo gastos o que faz com que a lógica se quebre um pouco. A lógica seria em um cenário de altos juros, um cenário contracionista nós vemos um crescimento do PIB baixo, mas não vimos observando isso porque o Governo vem gastando ao mesmo tempo em que vem conseguindo promover recordes de arrecadação mas o gasto também tem crescido na mesmo ou até em maior proporção. Isso tem contribuído para que observemos um cenário econômico aquecido”.

Perguntei então a Yamada se houver uma quebra de safra o que isso implicará na economia e ele me respondeu: “Quando falamos em economia temos de olhar para relação de oferta e demanda. Então se tivermos problemas climáticos que venham afetar a produtividade no campo, nós vamos possivelmente pode observar um aumento nos preços das commodities. Agora se o clima favorecer o produtor e não tivermos problemas climáticos, aí pode ser que observemos uma certa estabilidade nos preços atuais ou por vezes até uma diminuição nos preços da commodity”.

Também citei a questão das cooperativas e Yamada me disse: “as cooperativas têm alcançado e estamos hoje fazendo um evento exatamente na Avenida Paulista, coração da cidade de São Paulo, cidade onde o mercado financeiro está presente, e isso é um sinal que mostra como o cooperativismo vem crescendo. O Sicredi neste ano de 2024 ele cresceu e estamos entre 700 e 800 mil associados só nos primeiros oito meses do ano”.

Na apresentação sobre economia Yamada apresentou um crescimento de PIB para 2025 de 2%. Então considero estarmos numa efetiva dependência do sistema do agronegócio no Brasil, se o agro não crescer a economia não vai crescer, que os planos existentes como combustível do futuro e conversão de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas virem realidade. Precisamos dobrar esse PIB de tamanho.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

 

 

 

Também pode interessar

Antônio da Luz, economista chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e também Ceo da Agromoney nos explica de maneira simples, óbvia e ao mesmo tempo genial, por que o preço da soja caiu só no Brasil.
Entrevistei a nova presidente da Embrapa, pela primeira vez uma mulher, doutora das Ciências da Computação, Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá. Ela aborda os compromissos com todos os agricultores do país de todos os portes incluindo o combate à pobreza e desigualdades. Fala de uma Embrapa plural e democrática e com muita consciência das transições nutricionais, energéticas, e ambientais com as mudanças climáticas.
O decreto 12.088, de 3 de julho de 2024, instituiu o Programa Nacional de Fortalecimento do Cooperativismo, do Associativismo e dos Empreendimentos Solidários da Agricultura Familiar. Esse programa, informa a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) “consiste na construção e articulação de várias ações integradas para o fomento, formação e capacitação de agricultores familiares e cooperativas”.
Um destaque interessante foi a performance das mulheres na Olimpíada de Paris, onde os três ouros brasileiros são femininos (4 mulheres:  Beatriz Souza, Rebeca Andrade, e Duda/Ana - vôlei de praia) e 60% de todas as medalhas também mulheres. Nos Estados Unidos 26 das 40 medalhas de ouro também do feminino, 65% mulheres.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite