CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Cidade de São Paulo, 468 anos. Cidade de Santos, 476 anos. Duas cidades vitais do agronegócio brasileiro

Publicado em 26/01/2022

Em 25 janeiro a cidade de São Paulo completou 468 anos e a sua ligação com o agronegócio é umbilical. Comandou o plano de valorização do café, no início do século XX. Empresários paulistas afirmaram: “sabemos produzir café, não sabemos comercializar”, e assim também criaram a primeira faculdade de gestão de negócios do país, a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, FECAP, em 1902.

Hoje a cidade significa cerca de 11% de todo PIB do Brasil, se fosse um país estaria dentro das 60 maiores economias do mundo, pertinho do PIB da Ucrânia, no leste europeu, para dar um exemplo. O Estado de São Paulo representa 36% do PIB brasileiro, e sobre a cidade paulistana, ao considerarmos o conceito de agronegócio, um complexo sistema agroindustrial, o movimento econômico e financeiro do antes das porteiras das fazendas, ao lado de tudo o que vem depois dos campos, águas e mares, a cidade de São Paulo reúne bancos, universidades, tradings, bolsa de mercadorias, a matriz das grandes indústrias de alimentos, bebidas, tecelagem, o setor de logística, as indústrias mecânicas, químicas, genética, informática, telecomunicações, mídias, tudo isso gerando insumos e mecanização digital.

São Paulo também o maior varejo de alimentos do país, supermercados, a gastronomia famosa no mundo todo, o Ceagesp, maior entreposto de produtos agrícolas da América Latina. Portanto, São Paulo é a maior praça de movimentação econômica financeira do agro brasileiro, e uma das 10 maiores do mundo. E iremos ver logo o crescimento de agricultura vertical e periurbana. Na metrópole, com potencial de muita produção de hortaliças, o que será importante também para combater o aquecimento climático na cidade.

E Santos? No início da valorização do café, começo do século XX, foi a logística, o caminho, o porto que colocou São Paulo e o café no mundo, onde até hoje somos os líderes mundiais da cafeicultura e Santos o maior porto de café do planeta. Também ao lado da ferrovia Santos Jundiaí, foi o portal de entrada de milhões de imigrantes, e ficou conhecida como terra da caridade e da liberdade, com a primeira Santa Casa brasileira.

26 de janeiro, Santos completa 476 anos. O porto santista significa 27% da corrente comercial do Brasil. China o principal parceiro. E do Estado de São Paulo, Santos representa 56,5% das relações comerciais com o exterior. Em 2021 foram 4.856 navios e 147 milhões de toneladas, com destaque para suco, cítrico, açúcar, soja, milho, trigo, conteiners e fertilizantes. No café, Estados Unidos, Alemanha e Bélgica os três principais mercados.

Feliz aniversário cidades de Santos e São Paulo, onde quase nada se planta, mas onde muito se industrializa, comercializa e gera serviços, compondo o conceito legítimo de agribusiness. Ou seja, sem agro não tem negócio mas sem negócio não tem agro, basta aprender com mais de 4 milhões de produtores rurais no Brasil vivendo na miséria e com renda de bolsa família. Onde não tem negócio não tem agro, tem indignidade de vidas. Que haja cada vez mais agroconsciente, agrocidadania, cooperativismo presente, e gestão inteligente de cadeias produtivas.


José Luiz Tejon para Eldorado/Estadão.

 

 

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Estou ao lado de Roberto Rodrigues, grande líder do agronegócio, com uma série de postos ocupados no mundo, e hoje é professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e recentemente foi convocado pela COP-30 para ser o organizador, o sponsor, uma coordenação da voz do agronegócio para a COP-30.
Mr.Edmar Bacha  has concluded: “What we failed to do, was put our economy on a path of sustained growth. Brazil has been slipping. I think – says Edmar, renowned economist and one of the creators of the Real Plan – that Brazil keeps having a growth problem”, so we need to provoke and disturb, through the media, a government meeting which goes far beyond polarisation, hands down given with academia and business people, so that we have a national growth plan, integrating government and agribusiness people, concerning that these will be the  unique ones to drive Brasilian GDP growth.”
On this Wednesday, at the Ministry of Industry and Commerce Development, Brasília-DC, the Working Group for the Sector Plan for Adaptation to Climate Change will be installed. Why not unite Agribusiness as a whole? Brazil needs to adopt a National Agribusiness Policy.
Eu falo do Rio Grande do Sul. A situação está muito triste com a gripe aviária, com grandes impactos na economia e em um estado que tem sofrido quatro anos de dificuldades. E sobre gripe aviária eu preferi pedir ao ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, gaúcho também, foi presidente da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA), hoje é presidente do conselho dessa entidade, e que tem uma experiência pessoal de enfrentamentos e dramas como esse.
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