CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Produtores rurais têm expectativas positivas nas relações com a China e toda Ásia

Publicado em 14/05/2025

Divulgação
China tem proposta para criação do Parque Industrial Net Zero da América Latina

Estou no Mato Grosso e já não é novidade, numa viagem de Alta Floresta até Cuiabá passamos por dezenas de organizações internacionais presentes neste coração do Brasil Central e do cinturão tropical do planeta terra.

Com o método Trump de negociação ao modo antigo, que os americanos nos anos 50/60 batizaram de “hard sell”, conflito e confronto entre vendedores e compradores, agora com a tal “trégua” baixando as tarifas, e ninguém tem coragem de dizer se amanhã cedo não muda de novo baseado no estado de humor e ego do Donald, o que posso comentar daqui direto de uma reunião com cerca de 300 agricultores e donos de revendas de insumos é por um lado, sem dúvida, a incerteza e a instabilidade. Por outro, pelas relações já fortes da China com o agro brasileiro incluindo a presença de corporações de tradings chinesas como a Cofco, investimentos em redes de distribuição como a Fiagril, e a própria perspectiva de empresas chinesas investirem R$ 27 bilhões em criação de negócios e infraestrutura no país.

A China teve um desenvolvimento extraordinário na energia limpa, eólica, solar, e chama atenção uma das propostas da criação do Parque Industrial Net Zero da América Latina, que incluirá combustível sustentável de aviação SAF, hidrogênio verde e amônia verde.

O Brasil tem o plano de recuperação de 40 milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas para ser transformado em cultivos agroambientais e diversificados, sem tirar uma árvore sequer, o que representa um potencial único no mundo para plantio de árvores como Macaúba, por exemplo, excelente para combustível sustentável de aviação em consórcio com alimentos, especiarias e proteína animal.

Jorge Viana, presidente da Apex, declarou que temos uma lista de 400 itens com potencial de vendas para a China. E como comentamos aqui no Agroconsciente, a Caravana Agro Exportador reunindo todo conhecimento do país está entusiasmando a iniciativa privada na busca de oportunidades para exportar, gerando empregos, tecnologias, desenvolvimento no Brasil.

Temos, sim, oportunidades no agronegócio muito além da soja, milho, carnes bovina, frango, suína, além de papel e celulose, e das clássicas commodities. Podemos produzir e vender pulses, feijões, todas as frutas tropicais, essências como lavanda só para dar um exemplo especial, e com agroindústria podemos vender até num delivery asiático o sabor, a saúde e o prazer da nossa tropical food & drink.

Aqui no Mato Grosso, com as vendas positivas da soja neste primeiro trimestre, e aqui no Brasil Central o clima indo bem, eu diria que se São Pedro ajudar e o governo se comportar, as produtoras e produtores rurais ao lado das cooperativas, da indústria, comércio e serviços irão prosperar.

A rota da seda, visão que nos relembra o negociador Marco Polo, se conectada à Transoceânica, saída brasileira pelo Pacífico, com linhas férreas na logística, sem dúvida será um “salto” no agro para os próximos 15 anos.

Até sexta-feira direto daqui pertinho da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Acompanhe a minha resposta ao ouvinte Francisco Rabelo, de São Paulo, sobre a polarização política na Agrishow e a questão dos preços dos produtos orgânicos.
Estou no Congresso da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV) e conversei com o Nilto Mendes, gerente da Croplife, que reúne as companhias na área da genética e defensivos agrícolas e ele falou sobre um tema muito importante que é o combate à ilegalidade.
Brooke Rollins é simplesmente a secretária de agricultura, segurança alimentar, preservação de recursos naturais e nutrição do governo Trump dos Estados Unidos. Ela fez essa declaração após ouvir reclamações dos fazendeiros norte-americanos por simplesmente a China não ter comprado até este instante uma saca sequer da soja dos Estados Unidos. Há uma grande preocupação, pois a safra de milho grandiosa chega também e se os Estados Unidos não venderem a soja há risco de não haver capacidade de estocagem, e será necessário uma grande ajuda financeira ao setor.
Nós entrevistamos no Jornal da Eldorado a gerente geral da OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras, Fabíola Nader Motta, que nos falou dos 5 pontos do manifesto da OCB na COP26, e um deles sobre o papel das cooperativas como um arranjo produtivo sustentável.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite