CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - “Em 90 dias teremos o Plano de Conversão de Pastagens Degradadas” espera Carlos Augustin, o Teti, coordenador dos trabalhos.

Publicado em 12/01/2024

Divulgação
Carlos Ernesto Agustin, o Teti, responsável pela Comitê Interministerial do PNCPD

Um Comitê Interministerial foi criado para elaborar diretrizes, ações e metas do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD). São 40 milhões de hectares de áreas já abertas com baixíssima produtividade identificada pelos sistemas de inteligência do Ministério da Agricultura e da Embrapa.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, designou os membros para o Comitê Interministerial do programa e convidou como coordenador o empresário Carlos Ernesto Augustin, conhecido como Teti. Ele é fundador das sementes Petrovina, no Mato Grosso, e um grande produtor rural com histórico de participações ativas na sociedade civil organizada do agronegócio. A expectativa do Teti é que os membros do comitê apresentem propostas estruturantes já para os dois meses seguintes.

Esse programa terá um impacto e uma repercussão mundial. Significará dobrar a área agricultável útil brasileira sem tirar uma só árvore sequer e muito melhor plantando mais árvores. São diversos ministérios envolvidos, além do Mapa, o Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; o Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços; Fazenda; Relações Exteriores; Meio Ambiente e Mudança do Clima. Outros órgãos estão nesse comitê: o Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); a Embrapa; o BNDES; representantes da agropecuária, agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais e a sociedade civil. Ou seja, um comitê de todos os ângulos e visões, desde as relações internacionais até o olhar de comunidades pontuais em cada bioma brasileiro.

Alguns princípios já estão pré-definidos, como apoiar empreendimentos já inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) comprometidos com metas de redução de emissões e aumentar a absorção de gases efeito estufa, e sob um legítimo compliance sustentável com desenvolvimento econômico, social e proteção ambiental.

Um dos grandes desafios do programa será definir questões de negócios, de mercados. Um verdadeiro “business plan”. Um plano de negócios. O que iremos produzir, para quem e como vender. Quem são os clientes, onde eles estão, e quanto poderemos ter como uma estimativa de vendas nos próximos 10 anos.

Do “a” do abacate ao “z” do zebu com tecnologias, agroindústrias, cooperativismo, com os modelos agroflorestais e de integração lavoura, pecuária e florestas, e ainda gerando a bioeconomia do carbono e metano que ainda se transformam em bioeletricidade, biofertilizantes e biometano, apontamos de forma muito correta para esse horizonte de um “sistema de saúde” numa economia circular, desde a saúde dos aquíferos subterrâneos até a saúde humana física e mental.

Ao coordenador, Carlos Augustin, lhe desejamos boa sorte, muito suor com alegrias, e que esse programa possa, de fato, ser um restaurador do crescimento do Brasil em todos os sentidos, com positivos impactos no PIB.

Estamos aqui no Agroconsciente acompanhando e no aguardo das notícias e decisões do comitê.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

Também pode interessar

Pra variar observamos erros de lógica quando entramos no assunto da palavra agronegócio. Temos enfatizado aqui no Agroconsciente que a tradução de “agribusiness” dos professores Ray Goldberg e John Davis, da Universidade de Harvard na década de 50, não é tão simples quanto negócios da agropecuária. É muito mais do que isso. Significa todos os negócios, com ou sem fins lucrativos, desenvolvidos a partir do que é plantado, criado nos campos e nas águas (não esquecer do pescado), incluindo indústria, comércio, serviços, ciência, tecnologia.
Durante a Agrishow em Ribeirão Preto a cerimônia de premiação ocorreu no Teatro Pedro II reunindo lideranças do agronegócio eleitos em pesquisas realizadas através do Agroworld Ecosystem do Grupo Mídia. 100 mais influentes foram premiados e o destaque personalidade do ano foi para Gino Paulucci Júnior, presidente da ABIMAQ. No evento o presidente da Faesp, Tirso de Salles Meirelles, e também Juliana Farah vice-presidente da Comissão Semeadoras do Agro receberam a premiação.
Eu estive com o professor Fábio Marin, da área de meteorologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), no evento em Ribeirão Preto com a Cooperativa Coplana e o professor tem um visão muito correta a respeito da tendência da mudança climática.
No 21º Congresso Brasileiro do Agronegócio desta semana conversei com Celso Moretti, presidente da Embrapa, sobre os fundamentos que nos levam ao futuro no novo agro dos próximos 10 anos.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite