CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - CNA traz o agro para a capital financeira do país com Estadão em grande evento

Publicado em 07/05/2025

Divulgação
Daniel Carrara, diretor-geral da CNA/Senar

Estou com Daniel Carrara, diretor-geral da CNA/Senar - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, em um evento com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), a maior representante do agro brasileiro, em parceria com o Estadão/Broadcast em um cenário geopolítico da agricultura tropical. 

Perguntei ao Daniel quais suas considerações sobre o evento e as principais mensagens que ficam para a estratégia brasileira e ele me respondeu:

“O evento, foi iniciativa da CNA, para discutir essas mudanças no cenário internacional. Como todos sabem o agro do Brasil é um dos setores mais fortes da economia, vem crescendo muito, tem importância internacional muito grande também para a balança comercial do nosso país, geração de emprego, e principalmente alimento, e vai sofrer e já está sofrendo com essas mudanças nesse cenário. Nós temos um cenário de guerras, de mudanças em presidências de países importantes, ameaça de imposição de tarifas. O produtor rural, que já tem muitas incertezas em função das mudanças climáticas e até em função de seu negócio, tem mais essa incerteza agora. O que vai acontecer no mundo? Quem é que está entrando no mercado, quem é que vai melhorar a competitividade e essa briga, Estados Unidos e China, vai se prolongar? Eles não vão chegar em um acordo? E aí tem benefícios para o setor, mas aí podem chegar a um acordo e aí o setor que virou para a direita vai ter de voltar para a esquerda a nível mundial, ou seja, o produtor que sabe muito bem produzir está sem informação e ninguém tem bola de cristal para prever o futuro. Já a senadora Tereza falou que o mundo depende do humor do Trump e isso é um absurdo quando falamos de segurança alimentar, de balanças comercial, de comércio internacional e você embarca aqui em um navio, está arriscado a chegar na China e o preço ser outro, e aí temos de fazer o que com essa soja? Então a CNA, comandada pelo nosso presidente João Martins e cobrada pelo presidente João Martins está fazendo esse evento para ouvir os melhores especialistas não só do Brasil, mas do mundo, para vermos quais são as opiniões e montar cenários com as equipes técnicas e também com a ajuda de consultores e montar cenários para dizer aos produtores: olha, se acontecer isso aqui, você pode plantar mais isso aqui, se não acontecer você vai ter de tomar mais cuidado com investimentos, por exemplo, fechar acordo Mercosul e União Europeia que até o ano passado era praticamente impossível fechar, hoje tem condições de fechar. Então se fechar o acordo vai abrir o mercado da União Europeia que estávamos discutindo se valia a pena ir. Inclusive a CNA tem discutido muito a lei do Green Dial que traz um monte de exigências que não tem a ver com as nossas leis, mas que hoje parece que a União Europeia está desacelerando na intenção de aprovar essa lei. Então o produtor não pode tomar decisão sem ter um tipo de orientação. E como ninguém sabe o que vai acontecer no mundo, a ideia nossa no final desse seminário é criar cenários, 3, 4, 5 cenários, e dizer ao produtor que nesses cenários podem acontecer isso, faça isso, é com a condição de orientar o produtor para ele plantar menos às cegas”.

O Daniel Carrara, que é o diretor-geral da CNA/Senar, falou da comunicação e estamos aqui com o Grupo Estado comunicando.

“É isso aí, juntando a fome com a vontade de comer. Discutir um problema que a sociedade urbana está vendo, acompanhando. Então a sociedade urbana passa a se interessar por essa questão do cenário geopolítico e da segurança alimentar e nós trazemos para São Paulo que é a caixa de ressonância do Brasil para falar de agro e aproveitar, junto com o Estadão, fazer essa aproximação com as grandes redes e tentar também aproximar a sociedade urbana do agro que é uma dificuldade imensa, para quebrar os preconceitos contra o nosso setor e fazer com que o agro não seja o vilão e fazer tudo certo. Então aproveitamos e fizemos aqui o lançamento de algumas iniciativas, todas com essa intenção, o agro produz, o agro gera alimentos, o gera energia, gera divisas e tem de ficar se justificando porque faz tudo certo”.

Está na hora de uma boa comunicação, e na minha opinião vai sair, sim, o acordo entre União Europeia e Mercosul.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

 

 

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