Eldorado/Estadão - Como tirar o Brasil da zona do rebaixamento do campeonato mundial da confiança, como marca de um país, e irmos ao podium dos campeões?
Publicado em 30/06/2021
DivulgaçãoA barreira de imagem é e será o maior desafio do agronegócio brasileiro. A velha expressão, falem bem ou mal mas falem de mim, é coisa ultrapassada. A pandemia colocou como fator vital, fundamental, doravante, a confiança.
Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio me enviou a pesquisa realizada pela Edelman, em 27 países do mundo de todos os continentes, revelando que a confiança em governos caiu, e por outro lado a confiança nos líderes das empresas, da iniciativa privada, cresceu.
Dessa forma, será impossível doravante não agirmos juntos, sem cooperação, isso irá exigir a reunião da sociedade civil organizada, com governo e com a iniciativa privada. Qual a preocupação com relação ao Brasil?
Estamos muito mal posicionados na percepção dessa pesquisa mundial quando os países foram vistos como marcas. Os países significam e transferem imagem positiva ou negativa para todas as suas atividades.
O Brasil está no fim da lista junto com as 5 piores percepções de marca de países. Na ordem os piores são: Coreia do Sul, Índia, Brasil, México e China. Do outro lado, no topo positivo das percepções mundiais de países como marcas, temos: Suíça, Alemanha, Canadá, Austrália e Japão.
Temos uma dependência total hoje na economia das exportações de commodities. Devemos vender, em 2021, cerca de US$ 120 bilhões, recorde, ou seja, vendemos alimentos. E a desconfiança mundial sobre os alimentos e bebidas da mesma forma são as mais altas. Portanto, temos uma pororoca. País com baixa confiança de marca percebida, com setor de alimentos, no mundo, cheio de desconfianças na conexão com saúde, meio ambiente e clima.
Então qual o caminho para o podium? Estamos assistindo o protagonismo empresarial, as ações de propostas onde a iniciativa privada brasileira, ao lado de entidades onde por exemplo ressaltamos aqui e voltamos a parabenizar a Abras, dos supermercados, dia 17 de junho desse ano, no fórum da cadeia nacional de abastecimento, reunindo todo PIB do agronegócio sob a iniciativa ESG.
Legítimas coalizões estão sendo criadas incluindo setores financeiros, fundos e international development. E também partes saudáveis do governo se integram nessas iniciativas como o Programa ABC, Embrapa, e o ministério da Agricultura com Tereza Cristina.
O novo governo será a governança lado a lado com a sociedade civil organizada, a iniciativa privada e, sem dúvida alguma, o movimento cooperativista mundial. Vamos ao podium, nós temos legítimos campeões na ciência, produtores, diplomatas, empreendedores, professores, cooperativistas e não esquecendo dos transportadores e caminhoneiros.
We are the Champion, igual aos rapazes do vôlei, mas governar agora é a governança pacificadora liderando todos juntos. O alimento é a conexão campo, cidade e cria o futuro, como o Sistema CNA/Senar se manifesta.
Na próxima pesquisa Edelman 2022, espero não estarmos mais na zona de rebaixamento do valor de marca como país: Brasil!
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão