CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Cúpula do Clima: palavra dada, palavra cumprida ou credibilidade destruída

Publicado em 23/04/2021

Divulgação Embaixada dos EUA
John Kerry, EnviadoEspecial dos EUA para o Clima

Ontem (22), na Cúpula do Clima nos Estados Unidos, vimos em primeiro lugar uma retomada dos Estados Unidos, o maior país do mundo, de um projeto de liderança global. Estados Unidos com cerca de US$ 22 trilhões de PIB, ao lado da União Europeia e Reino Unido significando outros cerca de US$ 20 trilhões de PIB atraindo o terceiro gigante do planeta com mais US$ 16 trilhões de PIB , a China. Somamos aqui, somente entre esses 3 blocos uma dimensão de quase US$ 60 trilhões.

Isto quer dizer um gigantesco poder econômico. John Kerry, o enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, enfatizou o clima e meio ambiente como a maior oportunidade do planeta. Também Kerry acenou diversas vezes para os países em desenvolvimento como estando no tema clima a possibilidade de superar a pobreza e a miséria.

Líderes da sociedade civil, iniciativas privadas, grandes corporações, setor financeiro, fundos, além de mais de 40 presidentes. E ao lado de tudo isso um chamamento das novas gerações também ali estavam. Portanto, uma construção que muda o mundo e obrigou aos líderes de todas as economias que comandam o mundo, e que tem vínculos totais com o meio ambiente, a se comprometerem pela palavra.

Palavra dada, palavra cumprida. O presidente Bolsonaro se comprometeu a eliminar desmatamento até 2030. Se comprometeu à neutralidade de carbono, gases de efeito estufa até 2050, antecipando em 10 anos essa meta. Se comprometeu a dobrar os investimentos em fiscalização. Também o presidente Bolsonaro lembrou o caráter econômico, ou seja, conservação custa, pedindo remuneração por serviços ambientais, etc.

Valeria lembrar que a saúde do planeta e do clima tem da mesma forma importância sagrada para nós brasileiros, todos, até em primeira instância. O espetáculo dos compromissos foi muito bem conduzido com o talento norte-americano da arte de construir percepções ao lado de seu poder econômico financeiro e tecnológico. Os compromissos foram dados na palavra.

No caso do Brasil, como faremos? Aí entra a pergunta do como. Mas se definimos o que queremos e onde chegar, sem dúvida, encontraremos o como. Isso precisaria ser parte de um efetivo sentido de vida. Faremos? Na minha visão sim. Faremos. A partir de ontem uma conexão planetária foi obtida. A saúde do planeta terra, independente da sua religião, da sua ideologia política. E ainda mais, significa um plano que reinicializa a economia no mundo todo. Será impossível desdizer o que foi dito, como dizia Raul Seixas na Metamorfose Ambulante, por mais que alguém queira dizer.

John Kerry até sua última manifestação falou: “a maior oportunidade do mundo”. E para o Brasil? Uma tremenda e exponencial riqueza muito acima dos nossos subnutridos 1 trilhão e 600 bilhões de dólares de PIB. A bioeconomia, a bioestratégia, a bioracionalidade nos assegura a prosperidade. E prosperidade é a governança da esperança. 22 de abril, dia do descobrimento do Brasil, dia de um novo mundo. O planeta nos reunindo no dia mundial do planeta terra também. Como cantou John Lennon em Imagine: “and the world will be as one”.

E seja qual for a sua religião, a vida do planeta nos reúne a todos. Você perguntaria, ingenuidade? Ao contrário, responsabilidade, e se ela faltar àquele que deu a palavra, este se destruirá sem credibilidade. Brilhante Summit - 22 abril de 2021.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

Também pode interessar

Ouvi uma líder da gestão da sustentabilidade no país, Sônia Chapman, presidente da Rede ACV (Avaliação de Ciclo de Vida) dos produtos, que nos trouxe metodologias para uma governança sustentável envolvendo o país como um todo.
Páscoa chegando e fui conversar com dois líderes do mundo do chocolate, e quando falamos chocolate surge a cadeia produtiva do cacau, a cacauicultura. Então vamos lá, o que o coelhinho da Páscoa está trazendo pra mim, pra você, para nós os consumidores e apaixonados por chocolates?
Um ouvinte que nos acompanha na internet e nas redes nos contatou neste domingo último. O Odir Nicolodi, conhecido como Caçula, é de Santiago do Norte, Mato Grosso, presidente da Associação dos Moradores e Produtores, e diz desesperado: “precisamos de energia elétrica e podemos produzir em mais de 1 milhão de hectares sem cortar uma árvore. Olhem pra gente”!
Uma pesquisa importantíssima está sendo realizada hoje na Europa a respeito da imagem do agro brasileiro, uma pesquisa que vai ser apresentada no Congresso Nacional das Mulheres do Agro, dias 25 e 26 de outubro, no Transamérica, em São Paulo, com apoio da ABAG e patrocínio da Serasa Experian.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite