Eldorado/Estadão - Direto da França: perde o PAC, política agrícola comum da Europa com manifestações e cabe ao agro brasileiro mostrar o seu valor!
Publicado em 14/02/2024
TCAIFalo da França, diretamente para o nosso Agroconsciente da Eldorado, com a doutora Juliana Grazini, que é especialista aqui nos temas da Europa e da França junto do agronegócio. Perguntei a professora Juliana, qual a sua visão sobre o movimento dos agricultores europeus e franceses e no que o movimento vai levar e chegar com essa ação, e ela me respondeu:
“Tejon, eu acho que o maior risco quem corre é a PAC, que é a Política Agrícola Comum, o maior risco quem corre é o meio ambiente, a questão da sustentabilidade e temos visto que os agricultores que têm manifestado na França, principalmente por causa da baixa renda que eles estão tendo por causa dos custos elevadíssimos para se colocar e estar dentro das normas europeias de produção agrícola, não foi aceito, eles não chegaram a nada com isso e ao que chegaram foi para outro aspecto e outro lado. Eu acho que quem corre o maior risco é a PAC e o outro ponto que os agricultores levantam é que eles têm de produzir alimentos com uma série de normas que outros que são importados não precisam, então eles reivindicam também, e eu acho que vai depender de como a União Europeia e cada país reagir a essas reivindicações. Na França o que aconteceu foi que se perdeu um pouco da sustentabilidade nesse processo todo, mas nada adiantou. Então vai depender muito de como a União Europeia e os países reagirem.
Questinei, então, a doutora Juliana sobre o PAC e ela me disse: “Sim, o PAC é o Programa da Política Agrícola Comum que tem um ponto muito pesado na questão de sustentabilidade, então, nos fitossanitários, no transporte, no tipo de alimento que vai ser produzido e na subvenção, também, que os agricultores até então recebiam”.
A próxima pergunta feita a Dra. Juliana, foi: o agro brasileiro, o que isso impacta na PAC e ela me falou que: “o agro brasileiro impacta se a PAC continuar e dependendo de como ela continuar. E eu acho que o agro brasileiro precisa sempre mostrar o seu valor. Então eu acho que ele vai ter um pouco mais de desafios e mostrar o seu valor, porque é um bom agro, ele consegue, ele já produz, mas ele tem um problema de imagem internacional. Então eu acho que o que tem que ser trabalhado, e o agro brasileiro não perde, ele ganha cada vez mais, porque ele é capaz de produzir para um mercado de preço e para o mercado de qualidade, que é o mercado europeu, um mercado de qualidade. Então eu acho que, na verdade, o Brasil vai ganhar sempre, quando ele quiser atender o mercado mais de preço e ele vai sempre ganhar porque ele tem condições não só de clima, de solo, tecnologia, expertise, tudo que é necessário e preço, inclusive, para competir dentro do mercado que exige qualidade, que é o mercado europeu. Então, lógico que o agro brasileiro só tem a ganhar sempre, e é só ficar antenado no movimento para poder se adequar e saber onde entrar e quando entrar.”
Muito obrigado, Dra. Juliana Grazini, direto da França para o Agroconsciente. Agro brasileiro as oportunidades existem. É ficar de olho onde no que nós temos de fazer acima de tudo!
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.