CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - “Em todas as xícaras de café do mundo tem Brasil nelas e vamos vender mais”, Nelson Carvalhaes

Publicado em 10/01/2025

Divulgação
José Luiz Tejon conversou com Nelson Carvalhaes, líder do comércio do café

Estou aqui para falar do café e conversei com Nelson Carvalhaes, um desses líderes espetaculares do comércio do café, diretamente de Santos. Perguntei a ele se nós podemos nos orgulhar do café brasileiro e ele me respondeu:

“Podemos sim, como não? O café brasileiro hoje está presente na exportação para mais de 130 países e o Brasil é o maior produtor, maior exportador e o segundo maior consumidor, mas no fundo praticamente todas as xícaras de café que se bebem no mundo têm um pouco de café do Brasil. O café brasileiro é de excelente qualidade, é um café sustentável, respeita o meio ambiente, respeita o Código Florestal, e desenvolveu uma qualidade fantástica. É uma cadeia produtiva muito organizada que nós podemos ter orgulho. Nós estamos próximos de completar quase 300 anos de vida no Brasil com café, e com certeza cada xícara de café que se bebe é um motivo de orgulho porque é um produto fantástico e que trouxe só alegrias para o nosso país”.

Perguntei então a ele sobre China, Indonésia, Índia quais as perspectivas de consumo do café que está crescente. Teremos de dobrar a produção brasileira? E ele me disse que:

“Sem dúvida é um fato muito importante. Com essa mudança de eixo na economia do mundo com respeito a todos os demais, a comunidade dos Estados Unidos, e demais consumidores, Oriente Médio, houve uma mudança de eixo sem dúvida nenhuma e que é um consumo que se inicia. A China hoje já é consumidora de café, com um visível crescimento que vai nos surpreender. Depois nós temos Índia que irá crescer futuramente e demais países, como a Indonésia, que já vem consumindo. Nós temos aí uma oportunidade fantástica, nós temos um cenário, um horizonte que realmente nós teremos de produzir mais café para atender todos esses mercados”.

O questionei, então, se ele estando no comércio como está o preço do café e ele respondeu que:

“O preço do café, nós tivemos uma recuperação por dois fatores. Primeiro, até 2019 os preços eram muito baixos internacionalmente e que reduziu a produção global e exauriu os estoques globais, tanto nos países produtores como nos países consumidores. E depois, mediante os problemas climáticos, que nós tivemos quatro anos consecutivos de problemas climáticos, fez com que as produções dos maiores países como o Brasil, Vietnã e alguns outros reduzissem também em função de frio, seca e por aí vai. E com isso o que acontece? O preço historicamente está muito alto, mas é um preço bom e que eu vejo uma manutenção de preço interessante e que é absorvido. Se você desconstruir a operação no balcão, o preço vai se sustentar e é possível a manutenção desses preços”.

Por fim perguntei ao Nelson Carvalhaes se o consumo do café está crescente no mundo inteiro e como está a produção brasileira, ele me disse que:

“Sim, nós vemos um momento muito oportuno. Nós estamos vindo com um crescimento de 1,5% ou mais. Hoje o mundo está consumindo ao redor de 180 milhões de sacas de café e eu acredito que até 2030 será 200 milhões de sacas para mais. A produção brasileira nós tivemos um problema de falta de chuva no ano passado que reduziu a produção desse ano que nós colhemos agora no meio do ano, que nós estamos agora na safra 2024/25, e tivemos novamente um problema de falta de chuva no segundo semestre, que passou no segundo semestre de 2024 e que vai refletir na próxima safra com uma quebra na área do arábica e isso dará uma possível manutenção de bons preços”.

Muito bom, então Nelson Carvalhaes vamos tomar um bom café essa manhã?

“Sem dúvida, porque o café brasileiro é um café que nos dá muito orgulho”.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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