CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Enquanto presidentes da República brigam com clientes do país, e o MST briga com o agro dentro do país, cooperativas crescem e vão dobrar de tamanho

Publicado em 19/04/2023

TCAI
Tejon conversa com Antônio Chavaglia (Comigo), Dilvo Grolli (Coopavel), Fernando Degobbi (Coopercitrus) e Neivor Canton (Aurora Alimentos)

O presidente anterior se alinhava ao Trump e arrumava mal estar com os outros clientes brasileiros, inclusive a China, o maior. O atual vai na China e arruma mal estar com os outros maiores, Europa e Estados Unidos. Enquanto no Brasil o MST, na busca por aparecer na mídia invade a Suzano, e a Embrapa Semiárido em Pernambuco, enquanto temos no Brasil cerca de 4 milhões de famílias agrícolas pequenas, com terra, passando fome, cuja única solução é exatamente o cooperativismo, vale registrar que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se pronunciou: “as invasões são inaceitáveis e criminosas” (está no seu Twitter).

Mas vamos ao lado da prosperidade e da boa superação do agroconsciente brasileiro. Entrevistei quatro líderes de grandes cooperativas brasileiras, Antônio Chavaglia da Comigo, em Rio Verde (Goiás); Dilvo Grolli da Coopavel, em Cascavel (Paraná); Fernando Degobbi da Coopercitrus, em Bebedouro (São Paulo) e Neivor Canton, da Aurora Alimentos, em Chapecó (Santa Catarina). Reunidas essas cooperativas significam cerca de 120 mil famílias agrícolas e com um movimento econômico que chega a R$ 80 bilhões.

É para ficar entusiasmado quando ouvimos esses quatro líderes, num evento da Mundocoop. Essas cooperativas vem apresentando crescimento de dois dígitos, e todas elas tem planejamento estratégico para continuar crescendo e mais do que até dobrar de tamanho nos próximos 10 anos.

Antônio Chavaglia destaca a importância da gestão, da administração e da agregação de valor, e de um olhar com foco na pesquisa e nas oportunidades com a tecnologia na Comigo. Processo, foco cooperativista, educação é outro ponto marcante assinalado por Fernando Degobbi da Coopercitrus, que acabou de lançar o manifesto “Crescer como um todo” que objetiva a nobre missão de não deixar cooperado para trás.

Dilvo Grolli afirma que até 2030 o Brasil atingirá 420 milhões de t de grãos, hoje estamos com 312 milhões. E que a sua Coopavel vai dobrar de tamanho com agregação de valor e agroindustrialização. Neivor com cerca de 76 mil cooperados no Sistema Aurora, com 11 cooperativas numa intercooperação aborda a importância do foco no consumidor, e na comunicação. Ressalta o exemplo em Santa Catarina do programa dominical na Rede Record: “Agro, saúde e cooperação” com apoio da Aurora levando conhecimento sobre os alimentos, a valorização das famílias agrícolas transformadas em empresas cada uma delas. E Neivor ressalta como é importante a autoestima das pessoas envolvidas no cooperativismo.

Somos Coop ação da OCB, Organização das Cooperativas Brasileiras é muito importante, e ressalto aqui a mensagem de Márcio Lopes, presidente da OCB, tratando da criação da prosperidade.

Sobre o desafio de criar cooperativas em áreas que necessitam fortemente do modelo, como norte e nordeste do país, o conselho dos líderes está num olhar cultural. A cultura de cada local deve prevalecer e também que precisamos aprender a começar pequeno, não dá para começar grande.

Deste encontro com quatro líderes de grandes cooperativas brasileiras podemos também concluir que grandes líderes criam grandes cooperativas que superam o tempo, e que as cooperativas terão a grandeza do espírito e da força humana de suas lideranças.

Como afirma Roberto Rodrigues que já foi presidente da Aliança Internacional das Cooperativas e hoje é embaixador do cooperativismo na FAO, ele diz: “os líderes de cooperativas merecem um prêmio Nobel da Paz”.
Estou com Roberto Rodrigues. Onde tem uma boa cooperativa não tem pobreza e miséria, e o futuro da dignidade humana dependerá cada vez mais do modelo cooperativista. .

Imagem, ações, empreendedorismo para muitos e não para poucos mais do que um desejo ou boa intenção é realidade. Cooperativas como as do Dilvo, Chavaglia, Degobbi e Neivor nos inspiram a acreditar na capacidade humana de transformação positiva da vida na terra. Sonhos que viram realidade, pois no cooperativismo os sonhos são sonhados juntos, e quando sonhamos juntos vira realidade como já cantava Raul Seixas: “sonho que se sonha só é só sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto vira realidade”. E aos presidentes da República do país, aulas de inteligência emocional ajudariam muito. Chama os psiquiatras.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

 

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Somos potência para dobrar de tamanho em tudo. E principalmente onde já possuímos ativos concretos, conhecimento, inteligência humana, e exemplos honestos e legítimos. Nos últimos 50 anos o que passamos a chamar de “agronegócio”, um sistema envolvendo a agropecuária com a ciência, insumos, mecanização, indústria, agregando valor, comércio e todo setor de serviços passou a representar 27,4% do PIB nacional. Esta conta hoje é “contada” pelo Cepea/Esalq. Portanto, em um PIB total brasileiro de US$ 1.92 tri em 2022, o agronegócio representou US$ 526 bilhões.
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