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DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Estudo Insper demonstra enorme potencialidade para novas cadeias produtivas brasileiras!

Publicado em 20/09/2023

Divulgação Insper
Marcos Jank, coordenador de agro do Insper

Recebi um estudo profundo e muito bem feito do professor Marcos Jank que é o coordenador de agronegócio do Insper e da sua equipe o Leandro Gillo, o Marcos Abdalla Campos, o Victor Martins Cardoso e a Cinthia Cabral da Costa e nesse estudo os pesquisadores abordam toda a tendência do agronegócio brasileiro até 2032 e estabelecem conclusões gerais que eu vou ler e comentar com os nossos ouvintes da Eldorado.

O Brasil tem grande relevância na produção e o mercado internacional de commodities alimentares e deve seguir elevando a sua participação relativa com o tempo. Atualmente responde por 10,3% da produção, considerando apenas commodities agroalimentares e 8,4% das exportações totais do agro mundial. No entanto, a importância do país concentra-se apenas em poucos produtos: complexo soja, milhos, carnes, a bovina, aves e suína, celulose, açúcar, algodão, café, fumo e suco de laranja.

O estudo revela que há uma grande fatia do mercado global do agronegócio que somou mais de US 700 bilhões em comércio em 2022 na qual o Brasil tem pouca ou nenhuma relevância. Produtos como frutas, legumes, alimento processado, outras oleaginosas, lácteos, pescados, produtos para pets, entre outros, no contexto de balança comercial a América Latina, com destaque para o Brasil, é a região que deterá os maiores saldos comerciais agrícolas do mundo em razão da maior capacidade de produção de excedentes agroalimentares.

A população consumidora é relativamente pequena e é elevado o potencial de aumento da produção. Em um mundo de população crescente a demanda por importações agrícolas continuará a se expandir, principalmente nas economias emergentes da Ásia e da África. Nesse cenário o Brasil tem condições de se consolidar como cumpridor regular e confiável de commodities. No entanto, diversificar mercados e produtos e adicionar valor nas exportações ainda é um desafio para o país.

O estudo revela ainda a importância desses pontos para o nosso futuro. Por fim, revela o estudo do comércio global do agro do Insper que segurança alimentar será sempre o principal objetivo da grande maioria dos países do mundo, principalmente os mais populosos que vão buscar elevar a produção interna, desenvolver caminhos alternativos de suprimento e mesmo fomentar a produção em parcerias estratégicas com potencial produtivo.

Autossuficiência alimentar é a meta de quase todos os países, mas não serão alcançadas em regiões que hoje e amanhã apresentarão grande dependência por importação de alimentos. Posto isso, em suas estratégias bilaterais países buscarão estabelecer acordos e abrir mercados a fornecedores vinculares e confiáveis em alimento o que pode colocar o Brasil em uma posição de elevado protagonismo no contexto comercial agrícola. E eu posso acrescentar que se olharmos todo o movimento agroambiental isso será ainda de uma importância muito ampliada.

Parabéns ao Insper pelo trabalho. Obrigado Professor Marcos Jank e aqui fica a recomendação do nosso Agroconsciente: o Insper agroglobal, o estudo do comércio global do agro e a inserção do Brasil dentro dele.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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