CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Febraban viu que 9 entre 10 agricultores do Brasil são ESG. Afinal somos ou não bons nesse jogo?

Publicado em 19/07/2023

Divulgação
Federação Brasileira de Bancos (Febraban)

Conversei com Marcelo Pimenta, CEO da Serasa Experian Agro, que apresentou um recente estudo para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) numa gigantesca amostra de 337.776 mil produtores rurais de todo país, desde familiares até grandes exportadores revelando que 91,8% deles atuam em compliance com as exigências socioambientais, o que passou a ser uma exigência do Banco Central para a concessão da linha de crédito e fundos de investimentos.

Um estudo anterior sobre 163 mil produtores que haviam solicitado crédito rural no ano passado, mostrava 99% dos agricultores corretos nas exigências socioambientais. Uma amostra maior foi preparada, não apenas sobre um universo que havia pedido crédito rural, mas sobre todos os trabalhadores, pessoas naturais, com foco nas três principais culturas: café, cana de açúcar e soja.

O estudo relaciona CPF’s às propriedades dos produtores rurais em termos de práticas financeiras e socioambientais. Essa análise hoje envolve os sistemas Score ESG, e Agro Score, que tem um banco de imagem adquirido pela Serasa, chamado agrosatélite. Com essa composição foi possível extrair informações de diferentes culturas e biomas e comprovar a situação ambiental agrícola, e isso irá permitir um fato adicional muito importante, revela Marcelo Pimenta: “produtores com baixa pontuação no aspecto crédito financeiro, mas com bons indicadores ESG, poderão ser resgatados e estimulados para melhoria dos indicadores e acessarem linhas de crédito mais compatíveis com seu perfil.  Ou seja, o estudo mostrou que 16,8% dos produtores tem score ESG alto, mas Agro Score de crédito baixo. Então aí está uma oportunidade de trabalho com foco na melhoria dos indicadores financeiros sobre produtores que são bons no campo e na sustentabilidade.

Ou seja, a reunião de uma das maiores corporações mundiais de banco de dados, com satélite, Serasa Experian, se voltando agora ao universo do agronegócio. Vamos através destes recentes estudos constatando que: “sim, de 90 a 99%, dependendo dos estudos apontados até aqui, inclusive um que menciono sempre do Dr. Raoni Rajão, professor de gestão ambiental da UFMG, colocam a gigantesca maioria do agronegócio brasileiro num quadrante superior de compliance com as conformidades ESG. No café 95,6%, na cana de açúcar 93,3%, soja 88,5%. Média: 91,8% neste estudo Serasa Experian.

Ou seja, somos bons nesse jogo. Quem teme perder já está vencido, não há o que temer.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Ouvindo líderes do complexo do agronegócio brasileiro do antes, dentro e pós-porteira, além dos seculares problemas não resolvidos de reforma tributária, logística, privatização do Porto de Santos e um plano de estado para o futuro do agro brasileiro, colecionamos 12 erros que precisam ser evitados no próximo governo.
Em um evento na Avenida Paulista, coração financeiro do país, a Cooperativa Sicredi realizou um encontro de lideranças e cooperados para uma visão econômica do Brasil , do cooperativismo de crédito e decisões de investimentos.
Estive semana passada com a presidente da Embrapa, Dra. Silvia Massruhá, e conversamos sobre as perspectivas do Rio Grande do Sul perante a nova safra que deveria acontecer para o período 2024/25.
Na COP26 o ministro Joaquim Leite do Meio Ambiente afirmou que as “cooperativas já nascem ESG (environment, social, governance)”. No jornal Eldorado, Fabíola Nader Motta, gerente geral da OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras, disse na sua entrevista ao Agroconsciente com Carolina Ercolin, Haisem Abaki e José Luiz Tejon, ser o “cooperativismo o arranjo produtivo sustentável”.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite