Eldorado/Estadão - Governos, governos, agronegócio a parte: Ciência, educação, empreendedorismo e cooperativismo é a fórmula.
Publicado em 05/10/2022
TCAAssistimos dúvidas e indagações de riscos e medos para o agronegócio brasileiro dependendo deste governo ou daquele nas eleições de 30 de outubro. Fomos dar uma olhada no tempo, ao longo dos últimos 50 anos de história do agronegócio brasileiro, e vimos que independentemente de visões, estilos e ideologias dos executivos do governo do Brasil, o agronegócio segue uma marcha de crescimento acima da média brasileira e do seu Produto Interno Bruto – PIB. Em 1970 produzíamos cerca de 30 milhões de toneladas, agora vamos superar 300 milhões. Multiplicamos por 10 vezes.
Num levantamento da Associação Brasileira de Agronegócio (ABAG), de 2011 a 2020 a agropecuária cresceu 32,5% enquanto o PIB do país apenas 2,4%. E foi um período marcadamente de governos do PT. Sob governo Bolsonaro, em 2021, PIB do agro cresceu 8,36%, o dobro do PIB brasileiro que foi de 4,6% (segundo IBGE).
Voltamos no tempo e observamos que ministros da agricultura no Brasil se notabilizam por atuarem com uma performance superior à média de seus governos.
Até 1973, ministro Cirne Lima fez o projeto Embrapa. Alysson Paolinelli erguendo a Embrapa, Embrater a partir de 1974. Delfim Neto, em 1979, com a campanha encher a panela do povo, substituindo importações. Íris Resende, em 1990, governo José Sarney. Antônio Cabrera até 1992, governo Collor. José Eduardo de Andrade Vieira, presidia o Bamerindus, foi ministro do governo Itamar Franco. Com Fernando Henrique Cardoso vieram Francisco Turra, Pratini de Moraes, de 2003 a 2006, Roberto Rodrigues com governo Lula, realizando ações e saltos extraordináios como aprovação da Lei de Cultivares, abrindo o caminho para as cooperativas de crédito, promovendo a nível mundial o etanol brasileiro. Reinhold Stephanes, em seguida, depois Neri Geller com Dilma Roussef, Blairo Maggi com Michel Temer. Tereza Cristina com governo Bolsonaro, agora eleita senadora pelo MS se posicionando como Brasil a potência agroambiental do mundo, e agora Marcos Montes com equilíbrio no encerramento deste governo.
E todos eles atuando também no fortalecimento do cooperativismo do país que representa 53% dos grãos produzidos e reúne mais de 1 milhão de agricultores onde 80% são da agricultura familiar.
Ao longo desta história registramos uma marcha de progresso no composto do agronegócio brasileiro, onde independentemente dos governos, militares, na abertura democrática, na social democracia, nos populistas de esquerda ou de direita, os nomes de seus ministros da agricultura, pecuária e abastecimento têm superado o tempo e deixado um marco positivo, revelando que governos, governos, agronegócio a parte. Está acima de ideologias, significa uma força autônoma da sociedade brasileira dos últimos 50 anos de ciência, educação, empreendedorismo e cooperativismo. Alguns brasileiros têm sido vitais nessa marcha, e “nunca tantos deveram tanto a tão poucos” (frase de Winston Churchill).
Que o Instituto Pensar Agro (IPA), sob a presidência de Nilson Leitão, reunindo a sociedade civil organizada do agro seja cada vez mais uma força de liderança evolutiva de todo complexo do agronegócio brasileiro. Integrado e junto com todos os seus elos reunidos, seja qual for o novo governo. E que a Embrapa, institutos de pesquisa, educação, e a diplomacia comercial recebam muito mais recursos do que estão recebendo. Sem ciência e educação o agro brasileiro não vai ao futuro nem fará uma juventude sucessora.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.