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José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Insumos ilegais de 20% a 25% do mercado no Brasil explica Nilto Mendes, gerente de combate a produtos ilegais da Croplife

Publicado em 09/08/2024

Divulgação
Tejon com Nilto Mendes, gerente da Croplife

Estou no Congresso da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV) e conversei com o Nilto Mendes, gerente da Croplife, que reúne as companhias na área da genética e defensivos agrícolas e ele falou sobre um tema muito importante que é o combate à ilegalidade.

O Nilto é responsável, dentro da Croplife, de uma unidade para combater o ilegal. Como estamos falando de um Agroconsciente esse mundo ilegal é extremamente danoso. Então perguntei ao Nilto como é essa situação do ilegal dentro dos defensivos agrícolas?

“Todos têm o conhecimento que o Brasil é uma potência na produção agrícola mundial e que tem uma riqueza imensurável. E os criminosos também tomaram consciência dessa riqueza e tem explorado as vulnerabilidades existentes na cadeia do agronegócio brasileiro. É um problema mundial, é bom que se esclareça que isso não acontece só no Brasil. Aqui tem uma proporção elevada, por conta da grandeza que o agronegócio traz para o Brasil e para o PIB brasileiro. Nesse viés de exploração das vulnerabilidades dentro da cadeia do agronegócio, nós sofremos aqui no Brasil com algumas ilegalidades no que a gente denomina o mercado de insumos agrícolas ilegais. São defensivos químicos, biológicos, e sementes que têm uma origem ilícita. Essa origem ilícita é decorrente do contrabando, produtos dessas três praças de negócio que eu mencionei, ou seja, são introduzidos no Brasil de maneira ilícita, infringindo as leis e regulamentos, trazendo riscos potenciais para a nossa economia, para o nosso meio ambiente, para a saúde de quem manuseia, trabalha e eventualmente de quem consome o produto cultivado com esses insumos ilegais. Mas temos inclusive outras modalidades de ilegalidade. Temos uma quantidade de falsificações significativas de defensivos químicos e biológicos dentro do Brasil, temos um mercado de sementes piratas muito relevante, que tem afetado muito o mercado agrícola brasileiro e temos, infelizmente, uma novidade com relação às ilegalidades que acontece nos países e que no Brasil é exacerbada que é o fruto e o roubo de produtos legítimos na cadeia do agro, seja no transporte, seja na grande fazenda, na usina, na propriedade agrícola. E infelizmente nós tivemos no Brasil uma notícia de roubo a uma fábrica de defensivos, ou seja, nós temos pelos menos cinco modalidades de ilegalidades que integram e que nos dá um panorama do que é o mercado de insumos agrícolas ilegais. E nós não mencionamos fertilizantes, nós frisamos no defensivo químico, no biológico, e na semente”.

Perguntei então ao Nilto, qual o tamanho, o percentual, poderíamos imaginar?

Nilton disse: “Olha, no mundo, globalmente falando, há uma estimativa global de que esse mercado gira em torno de 17%. Em alguns países, como o Reino Unido, ele chega a 7%. Porém, na Itália, que é um país mais próximo que o brasileiro busca bastante referência, ele é de 19%. A comunidade europeia como um todo tem um índice de 14%. No Brasil nós estimamos que esse mercado ilegal gire em torno de 20% a 25%, considerando cada um desses negócios que eu já mencionei: defensivos químico-biológicos e sementes. Sem abordar a questão dos fertilizantes.”

Desejo ao Nilto sucesso no combate ao ilegal e aqui em nosso Agroconsciente temos de pensar muito quando falamos sobre a consciência no agronegócio brasileiro que tem aí uma uma parcela que ainda está no campo do crime. E como o Nilto colocou o agronegócio é atraente e atrai o crime também.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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