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DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Mensagens de Líderes Agroconscientes 2023: Ricardo Tortorella, diretor executivo da ANDA

Publicado em 28/12/2022

Divulgação ANDA
Ricardo Tortorella, diretor executivo da ANDA

Eu estou hoje aqui com o Ricardo Tortorella, diretor executivo da Associação Nacional para Difusão do Adubo, adubo, fertilizante esse que nas condições do solo brasileiro se não existir a gente não produz. Portanto, a história do Pero Vaz de Caminha, “em se plantando tudo dá” não é verdade. Em se plantando adubando dá. Não podemos esquecer disso. Tortorella, terminando 2022, crise lá na Rússia, aquela guerra, a gente tem muita importação. Como é que foi 2022 e as perspectivas para 2023 desse setor que é essencial do agro brasileiro.

“Olá Tejon, prazer em estar com você aqui mais uma vez e foi um ano atípico. 2022 começamos o ano com dúvidas de abastecimento, crises no segundo semestre do ano passado muito fortes, geopoliticamente falando, politicamente a Bielorússia já sofria repressões, tínhamos crise de inflação no mundo de energia, petróleo caro, preços de fertilizantes subindo e a grande questão era nós vamos ter abastecimento e esse abastecimento vai fluir, sim ou não? Prevíamos no início do ano uma safra de 300 milhões de grãos e começou o ano o clima foi determinando cada vez menor essa safra, dia 2 de fevereiro fecha a Bielorússia, pra nós dos insumos, importamos muito esses insumos, o Brasil produz apenas 7% do seu potássio, por exemplo, e 93% vem de fora dos quais boa parte, quase a metade, da Bielorússia e da Rússia. A Bielorússia para no início de fevereiro e quando a gente acha que vai melhorar e vem um equilíbrio a Rússia invade a Ucrânia e novamente o produtor rural e nós todos, como brasileiros, compramos o adubo e ficamos com uma dúvida: vai ter o abastecimento sim ou não? Passados 6 meses e pra gente resumir a ópera, uma ansiedade danada, muita operação, muito trabalho para garantir e garantimos uma safra recorde nesse ano. Nosso produtor rural recebeu fertilizantes em tempo e em ordem, claro, a variável de ajuste foi o preço, infelizmente foi um preço alto dado pela oferta e demanda mundial. Nós somos comprador desse preço lá fora e o mundo inteiro quis comprar fertilizantes e tinha dúvida da Rússia que é um player importante para o mundo todo. O que a gente espera para 2023 é que essas equações sejam menores e que seja um ano mais calmo para o nosso produtor rural, que ele possa se planejar um pouco melhor e que o medo do desabastecimento esteja superado.”

Ou seja, um ano mais calmo. Nutrientes para a Vida é uma ação que vocês tem e voltadas a nós, aqui, consumidores finais de alimentos. Ou seja quando eu consumo qualquer produto originado nos campos, se ele for bem nutrido faz bem para a minha saúde. É esse a ideia de NPV?

“Exatamente na verdade tudo que a gente come e que vem desse solo hoje como consumidores nós somos altamente exigentes. Vivemos e queremos ser cada vez mais essa questão da saudabilidade, é muito importante comermos bem e em todos os sentidos e pra comermos bem, o que a gente come precisa ser muito bem plantado e o solo que traga essa planta que a gente come, esse fruto que a gente come, tenha os nutrientes necessários e isso, infelizmente, não está na natureza, a gente precisa aditivar esse solo e o nutriente tenta explicar para a sociedade o quão importante são esses nutrientes nessa nossa alimentação. São fundamentais e vitais para que a gente possa comer bem e ser uma sociedade mais saudável.”

Muito bom, Nutrientes para a Vida, da Anda, e que os fertilizantes fertilizem além das plantas, o solo, e a nossa mente também em 2023. Grande abraço Tortorella.

“Assim seja Tejon! Obrigado.”

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

 

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