CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Ministra Tereza Cristina uma ótima diplomata, também!

Publicado em 24/11/2021

Divulgação MAPA
Ministra da Agricultura, Tereza Cristina

Caso carne para o cliente chinês. Diplomacia de resultado é fundamental, doravante, como afirma o ex-ministro Roberto Rodrigues, “a estratégia de transação precisa mudar para parceria”. A ministra Tereza Cristina tem se revelado uma diplomata. Busca fazer o comércio ao invés de participar das guerras ideológicas ou das raivas insanas que elos do agronegócio estimulam entre si, ou mesmo uma mania de falar mal de clientes.

O Brasil suspendeu a exportação de carne bovina, no dia 4 de setembro, em função do acordo técnico, quando dois casos de vaca louca, já considerados atípicos, portanto naturais, foram identificados. De lá pra cá a China não autorizou mais a entrada da carne brasileira no país. Provocou queda do preço da arroba do boi e prejuízos.

Agora a China liberou o que estava nos portos, nos estoques, de carne enviada até 4/9, data do evento da vaca louca. E a ministra Tereza Cristina acredita que os próximos passos serão a liberação do resto dos estoques.

A Irlanda, por exemplo, passa pelo mesmo problema. O fato revela a necessidade de uma muito maior reunião dos agentes responsáveis pela produção e representação do país nos vários mercados do mundo.

A ministra Tereza Cristina sozinha não é a única responsável pela questão. Responde pelos aspectos técnicos e sanitários do Ministério da Agricultura e do país. Porém o Ministério das Relações Exteriores, e os setores do comércio e indústria têm obrigação de uma estratégia de negócios do país com o mundo, ao lado da iniciativa privada onde 3 frigoríficos significam 80% da carne do Brasil, além de termos o maior do mundo.

Empresários, vamos lá! Não deixem os pecuaristas sozinhos no tiroteio das relações internacionais. A China já refaz grande parte da sua suinocultura, e o Brasil também conseguiu colocar carne em outros mercados. Vendemos para 200 países, podemos fazer muito mais com a diversificação.

Porém, sem dúvida, como escreveu Camões: “quem faz o comércio não faz a guerra”. O Brasil como protagonista de um dos maiores do mundo em alimentos, fibras, energia renovável, somos da paz.

Falar mal de clientes, nunca foi uma ideia inteligente. E da mesma forma, necessitamos muito maior abertura para comprar do mundo também. A discussão insensata sobre 5G anti Huawei, a empresa da China, não ajudou em nada nossas relações dentre outras verborragias insanas. Pelo amor de Deus, não falem mal de clientes. Viva Marco Polo! Ministra Tereza, obrigado.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

O ministro Fávaro apresentou a decisão do Conselho Monetário Nacional  (CMN) autorizando a renegociação das dívidas do crédito rural para 17 estados e quatro produtos: soja, milho, bovinocultura de carne e leite. Quem foi afetado por adversidades climáticas ou dificuldades de comercialização tratará com a instituição financeira credora até 31 de maio deste ano a prorrogação dos vencimentos que cairiam em 2024.
Estou no Rio Grande do Sul, região de Santa Cruz do Sul, na Afubra, ao lado de um que é considerado um dos consultores expoentes de gestão de planejamento estragégico do agro brasileiro, o Marcelo Prado, fundador da M. Prado e estamos juntos acompanhando uma reunião de uma organização que envolve cerca de 90 mil famílias agrícolas bem sucedidas.
Temos enfatizado aqui no Agroconsciente a importância da reunião, da articulação da iniciativa privada, da sociedade civil organizada para a busca de um melhor entendimento, desenvolvimento e prosperidade de todo o sistema do agronegócio, que envolve o antes, o dentro e pós-porteira das fazendas e nesse sentido a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) participou de um Fórum na Associação Comercial de São Paulo para exatamente debater, conversar, sobre tendências e perspectivas do agronegócio brasileiro.
Produtores europeus entraram na semana passada em protestos na Holanda, Polônia, Itália, França e o movimento tende a se espalhar em toda Europa, pois os planos dos governos significam exigir reduções de amônia e óxido de hidrogênio cobrando dos agricultores mudança de práticas agrícolas e na criação de animais.
© 2024 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite