Rádio Eldorado/Estadão - A revolução tropical brasileira e o agribusiness multinacional americano falaram mais alto
Publicado em 27/10/2025
Divulgação
Donald Trump e Lula
O encontro de Trump com Lula revelou que a maior economia planetária, os Estados Unidos, com um PIB na casa de US$ 30 trilhões é totalmente movimentada por multinacionais que dependem de mercados multilaterais, tanto para suas cadeias de suprimentos, como fica evidente em produtos como café, citros, açúcar, cacau, e também nos produtos além dos tropicais, nas carnes, proteínas animais, ovos, frutas, couro, feijão, arroz, etc. do A do abacate ao Z do zebu, não apenas para abastecer seu mercado interno, onde os tarifaços demonstraram crescimento de preços ao consumidor americano, porém para suas cadeias de suprimentos onde a indústria americana, o comércio e os serviços agregam valor para vender para os mercados mundiais.
E do lado brasileiro, a revolução tropical que realizamos nos últimos 50 anos, nos colocam como uma economia em desenvolvimento com um PiB um pouco superior a US$ 2 100 trilhões, porém quando olhamos para o mundo a partir da faixa tropical planetária, as nações, economias e sociedades compreendidos entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, o Brasil é a maior potência e hoje o maior exportador do agronegócio mundial e com todas as condições de dobrar de tamanho nos próximos 10 anos. Logo, representamos um país de forte protagonismo, não apenas voltado aos interesses americanos como abastecer seus consumidores internos, mas como importante país nos objetivos das multinacionais norte-americanas na competição planetária tanto na ciência, tecnologias do antes das porteiras como na agroindustrialização pós-porteira das fazendas.
Nesse aspecto, a estratégia de potência tropical brasileira com a necessidade competitiva estratégica dos Estados Unidos, que tem hoje na China seu legítimo competidor, e por outro lado no maior cliente brasileiro, sem dúvida que a inteligência de um jogador na mesa das apostas internacionais como é o expertise de Donald Trump, sem dúvida alguma que a simpatia reinante entre bons vendedores superou fatores menores ideológicos, e recolocam o diálogo Brasil Estados Unidos num comando estratégico e totalmente “business oriented”.
E sem dúvida nestes últimos 50 anos, a potência tropical brasileira com a nova potência econômica planetária a China, com seu PIB na casa de US$ 19 trilhões, estabelecem um novo panorama na mesa do cassino mundial. E Donald Trump gosta de ganhar e de saber jogar.
Sem dúvida o carisma de Lula ajuda, pois seus 580 dias de prisão foram relembrados e contaram nas simpatias e empatias desses dois atores.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.