CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Ministro da Agricultura e “Soberania Alimentar”, o título de Marc Fesneau da França

Publicado em 01/03/2023

TCAI
Eu no Salão Internacional de Agricultura de Paris

Estamos no Salão Internacional de Agricultura de Paris. Um mega evento no parque de exposições de lá “Porte de Versailles”. E aqui ocorre um total foco político da França, e um verdadeiro “l’amour pour agriculture”. O presidente Macron declarou apoio total aos agricultores franceses e criou um tema emblemático: “pour une souverainete alimentaire”. Por uma soberania alimentar.

E acentuou na sua fala na abertura do salão: “70% da carne servida nos restaurantes franceses não são da França”, mostrando com isso a ênfase que quer dar, ao lado do seu ministro da Agricultura e soberania alimentar, Marc Fesneau.

A França está há 32 dias sem chuvas e está em andamento um plano de renovação térmica, responsabilidade pelas águas, e forte estímulo ao biogás produzido a partir dos dejetos das fazendas construindo biodigestores. A companhia distribuidora de gás dos trens da França se apresenta no Salão de Agricultura com projetos, suporte e iniciativas procurando o engajamento dos agricultores franceses para a meta de até 2050 seja totalmente de biogás natural a locomoção de seus veículos, o chamado gás verde.

Mas num centro político fortíssimo, quando se fala de segurança alimentar na Europa e na França, sociedades com histórias vivas do significado desse risco nas guerras vividas, e agora com uma no continente, observei uma grande defesa do setor rural francês, buscando diminuir as pressões de ambientalistas sobre a agricultura. O presidente Macron pediu que os setores que envolvem a agricultura, as grandes corporações, diminuam suas margens para que os alimentos não encareçam mais ainda e também pediu um comércio justo, dizendo que os produtores rurais precisam ser melhor remunerados por conta dos riscos que enfrentam como nenhum outro setor.

Com a guerra Rússia versus Ucrânia, com a inflação, a dependência alimentar e energética da Europa, e aqui da França, vejo no Salão Internacional da Agricultura uma declaração de amor total aos produtores rurais franceses, e com seu ministro da Agricultura, Monsieur Marc Fesneau, agora com título ampliado, agricultura e soberania alimentar, uma ênfase e um foco fortemente protecionista das originações alimentares locais.

Ativistas ambientalistas estavam presentes, confrontaram o presidente Macron que respondeu, que da forma como eles atuam são: “d’une forme de violence civique”, violência cívica!

Porém, quando olhamos para a soberania alimentar do planeta terra inteiro, na conversa com especialistas racionais, amigos do Brasil, estamos nós na foto, potência agroalimentar, agroenergética e agroambiental e, sem dúvida, potência agrohumana.

Precisamos unir a consciência para um poderoso agroconsciente tropical brasileiro que vira mundial. Somos uma civilização tropical única, com seus defeitos, sim, mas com qualidades também espetaculares. O sociólogo italiano Domenico de Masi já soube nos decifrar e descrever.

Au revoir Brasil!

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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Segundo a Abiogás, Associação Brasileira do Biogás, temos um potencial para produção de biogás natural renovável na ordem de 121 milhões de Nm3 (metro cúbico normal) no país, o que para dar uma visão de grandeza, equivaleria a substituir em 70% todo óleo diesel usado no transporte, caminhões e ônibus, além de substituindo o diesel, reduzir em 96% as emissões de CO2.
The document issued in Mato Grosso, Brazil, during the G20 Brazil 2024, is entitled: “Building a Fair World on a Sustainable Planet”, where 84% of the extreme poverty in the world is in rural areas; (UNGA2023) – and I´d add that under these circumstances, crime, environmental/social illegality, and recruitment by terrorist factions thrive, due to the lack of economic prospects and meaning in life).
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