Eldorado/Estadão - Não, não, não, o Plano Nacional de Fertilizantes 2050 não envolve uso de reservas de terras indígenas
Publicado em 11/03/2022
DivulgaçãoNesta sexta-feira está sendo lançado o Plano Nacional de Fertilizantes 2050. Investiguei com a Embrapa Solos e Meio Ambiente sobre uma confusão perigosíssima associando as metas e objetivos deste plano que chega, antes tarde do que nunca, com ligações de que as lavras invadiriam terras das reservas indígenas. Não.
O plano foi construído dentro das linhas definidas pela Constituição brasileira, e como ouvi dos pesquisadores envolvidos na sua elaboração, “não iríamos fazer um Plano Nacional de Fertilizantes inconstitucional”.
Desta forma, para os ouvintes do Jornal Eldorado, do Agroconsciente, por mais que alguns setores que amam o conflito e vivem das discórdias gostariam, este plano dos fertilizantes não tem elo nenhum com a insinuação de que precisaríamos mexer nas reservas indígenas brasileiras atualmente protegidas na Constituição que temos. Assim, temos mais de 4.321 processos registrados na Agência Nacional de Mineração, desde requerimento a concessões de lavras.
Por acaso falo com vocês aqui de Patos de Minas onde uma mina de concentrado fosfático foi paralisada, pois era mais barato importar, revela que iremos retomar ao lado da iniciativa privada a produção nacional dos fertilizantes, o que já até 2026 deverá diminuir nossa dependência, hoje na casa de 80% das importações.
O Brasil é o 4º maior produtor de grãos atrás da China, Estados Unidos e Índia. Os 10 maiores exportadores de fertilizantes para o Brasil são Rússia, China, Canadá, Marrocos, Bioelorussia, Catar, Estados Unidos, Alemanha e Holanda.
Somos o 4º maior consumidor mundial de fertilizantes, e temos tudo para colocarmos essa dependência dentro de patamares civilizados e de segurança para o país.
Que o Plano Nacional de Fertilizantes 2050 saia do papel, pois o tema já é antigo e que a Caravana Embrapa FertBrasil nos ajude na diminuição dos 40% desperdiçados de fertilizantes no campo, e que não misturemos fake news de agressão a terras indígenas com este plano. Um coisa não tem nada a ver com a outra.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.