CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Nova safra segue com o trigo no Rio Grande do Sul, mas 10 mil produtores fazem protesto hoje na Expoagro-Afubra: ação básica de estado é cobrada.

Publicado em 19/07/2024

Divulgação
Bandeira do Rio Grande do Sul

Estou na cidade de Getúlio Vargas, noroeste do estado, onde a soja já estava 90% colhida quando chegaram as chuvas torrenciais, o que preservou parte da economia desta área próxima de Passo Fundo, de Erechim, também no noroeste do estado. Houve perdas com animais, com logística, porém na chegada agora da safra de inverno, no trigo, a previsão aqui desta região é de um plantio em praticamente toda região, inclusive com a chegada de sementes de trigo também para biocombustível e ração, uma novidade da Embrapa Trigo e da Biotrigo.

Entretanto conversando com Antônio da Luz, economista chefe da Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), ele me disse: “os problemas do Sul não se limitam às enchentes, mas as estiagens de 2022 e 2023 e a enchente de 2024. Dessa forma os produtores gaúchos esperam que seja feito o que consta do manual do crédito rural que permite que os vencimentos possam ser parcelados no caso de uma crise climática”, e segue Antônio da Luz “…e os governos Bolsonaro e Lula não cumpriram o manual do crédito rural e agora com a enchente foi a gota que derramou o leite”.

Então já ocorreu no evento da Fenarroz, em Cachoeira do Sul, uma manifestação com 5 mil assinaturas dos agricultores. E hoje na Expoagro- Afubra, na cidade Rio Pardo, são aguardados de 10 a 15 mil produtores para uma manifestação cobrando o cumprimento do manual do crédito rural.

Vejo aqui, neste momento, que o trabalho não vai parar, pois os produtores vivem de plantar. Com exceção daqueles que tiveram sua impossibilidade total. Uma safra nova é o tema da cooperativa Sicredi aqui em Getúlio Vargas, numa reunião com toda sociedade produtora e técnica da área hoje.

Porém, há uma certeza obrigatória entre todos, e no país todo, a atividade rural exige planejamento, e obrigatoriamente acesso ao seguro rural, que seja até diferenciado região a região, mas não dá para estar numa atividade totalmente dependente de fatores incontroláveis como clima, pragas e doenças, sem o seguro rural.

Antonio da Luz, da Farsul, encerrou seu depoimento para nós assim: “este movimento poderá causar um levante de pessoas do campo e da cidade, cansada de discursos para a imprensa e de falta de respostas do que é básico na função do estado”.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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