CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Senti falta da nossa legítima revolução: agrotropical e cooperativismo

Publicado em 22/09/2023

Divulgação
Presidente Lula em discurso na ONU

Presidente Lula foi aplaudido sete vezes no discurso da ONU. Seria oito vezes se apresentasse a revolução agrotropical brasileira para segurança alimentar, energética e ambiental da terra ao lado do modelo cooperativista brasileiro para o mundo.

Sete vezes aplaudido durante seu discurso de abertura das Nações Unidas, podemos considerar como um feito marcante, independente de pontos contra ou a favor dessas manifestações, que o ouvinte possa ter.

O primeiro aplauso quando Lula diz que o Brasil voltou para enfrentar os desafios globais, pontuando fortemente a desigualdade.

O segundo aplauso ao afirmar que o Brasil irá implantar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

A terceira ovação ao afirmar a lei de salários iguais para homens e mulheres.

O quarto aplauso ao anunciar o Plano pela Amazônia, mencionando a diminuição de 48% do desmatamento em oito meses.

Pela quinta vez mais aplausos ao associar a extrema direita frustrada optando por protecionismos e um nacionalismo primitivo fracassado, e enaltecendo a democracia.

Sexto aplauso ao propagar o jornalismo livre.

E a sétima manifestação aplaudida durante seu discurso foi a menção contrária aos embargos como o de Cuba.

Lula enfatizou a matriz energética brasileira como exemplar e por diversas vezes cita e registra o combate à fome como um marco da sua visão dando a uma palavra a síntese do que considera o mal maior: desigualdade.

Então, sem entrar aqui nos julgamentos para os momentos dos sete aplausos espontâneos dos presentes, senti falta do que entendo ser o aspecto racional da efetiva contribuição brasileira para o mundo: a nossa revolução agrotropical. A ciência e a tecnologia desenvolvida no país, tendo como marco histórico os 50 anos que a Embrapa comemora agora, e com ela os institutos agronômicos, universidades, empreendedores, imigrantes e migrantes agricultores, cooperativas e trabalhadores.

Aprendemos a produzir alimentos, energia, fibras, onde não havia nada, e temos todo conhecimento e capacitação humana para os programas agrossilvipastoris onde além de preservar florestas e mananciais, iremos plantar mais árvores, proteger fontes d’água, mitigando carbono e metano, e produzindo riquezas.

Também o presidente Lula poderia enfatizar a prosperidade das nossas cooperativas, o melhor modelo para o real combate à desigualdade. Onde no total do faturamento das coops brasileiras somamos em torno de R$ 700 bilhões, devendo atingir R$ 1 trilhão até 2027, o que significa a maior empresa do país e reunirá diretamente 30 milhões de brasileiros.

Desta forma, a oferta brasileira para o mundo, de maneira racional está na distribuição que podemos oferecer a todo cinturão tropical do planeta terra transformando esses solos em férteis geradores de riquezas sustentáveis. Temos a melhor agricultura regenerativa do mundo no ambiente tropical, e podemos e devemos dar acesso a essa fonte de prosperidade para todas as nações ao lado do cooperativismo que, sem dúvida, seria fundamental para países africanos, asiáticos e latino-americanos na implementação dos 17 ODS da ONU.

Senti falta da nossa legítima revolução, a agrotropical. E do cooperativismo. Essa sim é a mais concreta e factível para o combate à fome, desigualdade, energia e meio ambiente com responsabilidade social de todo planeta.  E ela se irradia ao longo de todo um sistema de comércio, indústria, serviços, educação,  e empregos. Uma agrobiocidadania. A beleza da nossa “brasilidade” como o sociólogo italiano, recém falecido, Domenico de Masi, tanto enaltecia.

Viva o 8º aplauso 👏👏👏👏👏!

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Entrevistei Cristina Nagno Yabuta presidente do Sindicato Rural de Bastos, capital nacional do ovo, presidente da Câmara Setorial de Ovos e Derivados do Estado de São Paulo, coordenadora da Comissão de Avicultura e Suinocultura da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).
Acompanhamos a insegurança da produção de commodities que assola o planeta em função da guerra de dois países de elevada importância na produção de grãos, como milho, soja, cevada, trigo, essenciais na base da pirâmide alimentar, além de energia. 
Charles de Gaulle, depois de três semanas com os alunos internacionais de um mestrado na Audencia Business School, em Nantes, em parceria com FECAP de São Paulo.
Conversei com Livia Machado, diretora de marketing da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), que comenta o sucesso dos trabalhos da suinocultura sendo hoje chamada da “carne mais queridinha do Brasil”, um crescimento fortíssimo de consumo por habitante.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite