CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - O que você faria com R$ 5,7 bi na comunicação do agro para o mundo. Aqui vai uma listinha de 11 valores do Brasil à espera da justa publicidade!

Publicado em 20/12/2021

TCA International
R$ 5,7 bilhões aprovados para o fundo partidário, para propaganda política em 2022

Carol, Haisem, ouvintes, teremos R$ 5,7 bilhões aprovados para o fundo partidário, para propaganda política em 2022. Fiquei pensando. O agronegócio brasileiro vale 1/3 do PIB do país, que anda devagarinho. E impacta indiretamente outro 1/3, basta ver o que acontece no comércio, indústria e serviços onde o agro prospera. Tudo prospera junto.

Então, nunca tivemos nenhuma ação coordenada estruturada do Brasil para comunicação de seus produtos no mundo, dos nossos diferenciais, dos valores de uma sociedade tropical mistura de todas as raças do planeta. Enfim até no velho e ótimo café do Brasil, onde somos os maiores, os percebidos no globo como melhores tem a marca da Colômbia, Juan Valdez, o melhor café das montanhas da Colômbia, como a ótima publicidade colombiana investe no mundo inteiro.

Pois bem, então, provocado por um dos líderes do agro do país, o César Borges, membro do Cosag, Conselho Superior do Agro da Fiesp, e presidente do conselho da Caramuru, ele disse: Tejon escreva suas ideias e vamos pedir para que as lideranças do agronegócio reflitam e coloquem suas versões.

Dessa forma Carol, Haisem, ouvintes, nós que precisamos tanto de diversificação de produtos, para diminuirmos a dependência da soja, carne, milho, do açúcar, citricultura, madeira, algodão, tabaco e do próprio café, bem como de grandes clientes, precisamos crescer nos pequenos e médios fregueses; imagine o que traria de oportunidades para o Brasil uma ação perene e permanente de comunicação do Brasil com o mundo, para toda a fruticultura, mercado que compra mais de US$ 140 bilhões ao ano no mundo onde vendemos apenas cerca de US$ 1 bi, para ficar em um exemplo.

Então pensando aqui, o que poderíamos fazer se esse recurso público de R$ 5,7 bilhões ao invés de ser utilizado para as campanhas publicitárias das próximas eleições, fosse usado para promover o lado bom, diversificado e positivo que o país tem, bem como o povo brasileiro tem, produtor de alimentos, fibras, energia no cinturão tropical do planeta onde 50 anos atrás nada se fazia.

Então Haisem Carol, ouvintes, estou no aguardo do que as lideranças do agro pensam sobre isso, e sobre o que você melhor ouvinte do país também pensa. Se você tivesse 5,7 bilhões de reais para comunicação, o que você faria nesse agroconsciente?

Aqui vai uma listinha básica de 11 valores do Brasil no agro, necessitados de publicidade no mundo:

1. Somos líderes em suco de laranja, mas o consumo percapita do produto cai no mundo.

2. Somos líderes de café no planeta e não somos percebidos como o melhor café.

3. Temos o melhor algodão do mundo e não somos percebidos assim na comparação com os concorrentes.

4. A carne brasileira tem qualidade premium mas não usufruímos desse valor

5. Somos líderes do açúcar no mundo, mas o produto é associado como vilão à saúde.

6. Temos 55% dos alimentos produzidos no país por famílias em cooperativas e somos associados com latifúndios.

7. Temos o maior 5º Centro de recursos genéticos do mundo, vital para a segurança da vida e ninguém sabe.

8. Produzimos alimento em 50 milhões de hectares dentro do plano de agricultura de baixo carbono e nem o Brasil e o consumidor do mundo sabe.

9. Apoiamos agricultores do mundo todo a partir da ciência da agricultura tropical em acordos através da Embrapa e os agricultores do mundo não sabem.

10. Produzimos até flores nos trópicos, temos a 4ª maior cooperativa de flores do mundo, e ninguém sabe dessa beleza de saúde essencial brasileira.

11. Temos a maior floresta plantada do mundo e ninguém sabe, apesar de sermos o único país do mundo que tem nome de árvore.

E tem muito mais. Propaganda, sem dúvida, é a alma do negócio e do agronegócio. Nossas imperfeições precisam ser aperfeiçoadas e corrigidas. Mas temos ótimos exemplos para serem percebidos no mundo inteiro.
 

José Luiz Tejon para Eldorado/Estadão.

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