Eldorado/Estadão - O seguro rural é a ação concreta contra a recorrente “vitimização” de produtores com os riscos da produção a céu aberto. Elevar a subvenção é o pedido da Faesp
Publicado em 24/05/2023
Divulgação FaespAs perdas por razões climáticas são fatos concretos de tenebroso risco para produtoras e produtores rurais. Se trata de uma atividade sujeita a diversos fatores incontroláveis, e um deles comandado por “São Pedro”: o clima. Temos registrado perdas consideráveis nas três últimas safras, inclusive agora em parte dos Estados do Sul.
De fato, quando isso ocorre, produtores viram vítimas e não conseguem colheitas, sustento dos animais, e são expostos à situação de inadimplência. E na condição de “vítimas” terminam por precisar pedir ajuda ao governo. E se esse ciclo não for administrado terminamos, sem querer, construindo uma estratégia de dependências onde vítimas de catástrofes terminam por depender de governos que cobram por outro lado obrigações eleitoreiras.
A saída para essa situação, que se repete, e poderíamos dizer ser previsível, mudanças climáticas, e efeitos La Niña ou El Nino, o que salva é o seguro rural, e o Proagro, logicamente podendo ser apoiado por plano de sistema de irrigação, sem esquecer da sagrada armazenagem.
Desta forma a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), segundo seu vice-presidente Tirso Meirelles, registra que com “400 bilhões de reais e subvenção de R$ 2 bilhões para o seguro rural , teremos linhas de financiamento mais atraentes e apoio maior ao seguro rural”.
E foi exatamente essa a proposta que a Faesp levou ao Ministério da Agricultura para o plano safra 2023/24. São medidas tratadas no âmbito dos sindicatos rurais e das lideranças de comissões regionais que formam as comissões técnicas da Faesp.
A proposta da Faesp é consideravelmente robusta comparado ao que tivemos de recursos nos últimos plano safra que foi de R$ 340 bilhões. A proposta envolve também diminuição de taxas de juros de custeio e comercialização, apoio a pequenos e médios produtores, incluindo sustentabilidade que exige da mesma forma investimentos para a sua transição de uma agropecuária convencional para uma de cadeias produtivas agroconscientes.
R$ 400 bilhões para crédito rural e fundamentalmente elevação do orçamento para R$ 2 bilhões para o Programa de Subvenção do Seguro Rural são propostas corretíssimas da Faesp.
Que Tirso Meirelles os obtenha para cada vez mais termos agricultores menos vítimas e muito mais protagonistas e donos dos seus destinos enfrentando com recursos justos todos os fatores incontroláveis de uma atividade de elevado risco a céu aberto. Seguro rural é parte da libertação da vitimização por danos climáticos.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.