CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - O seguro rural é a ação concreta contra a recorrente “vitimização” de produtores com os riscos da produção a céu aberto. Elevar a subvenção é o pedido da Faesp

Publicado em 24/05/2023

Divulgação Faesp
Tirso Meirelles, vice-presidente da Faesp

As perdas por razões climáticas são fatos concretos de tenebroso risco para produtoras e produtores rurais. Se trata de uma atividade sujeita a diversos fatores incontroláveis, e um deles comandado por “São Pedro”: o clima. Temos registrado perdas consideráveis nas três últimas safras, inclusive agora em parte dos Estados do Sul.

De fato, quando isso ocorre, produtores viram vítimas e não conseguem colheitas, sustento dos animais, e são expostos à situação de inadimplência. E na condição de “vítimas” terminam por precisar pedir ajuda ao governo. E se esse ciclo não for administrado terminamos, sem querer, construindo uma estratégia de dependências onde vítimas de catástrofes terminam por depender de governos que cobram por outro lado obrigações eleitoreiras.

A saída para essa situação, que se repete, e poderíamos dizer ser previsível, mudanças climáticas, e efeitos La Niña ou El Nino, o que salva é o seguro rural, e o Proagro, logicamente podendo ser apoiado por plano de sistema de irrigação, sem esquecer da sagrada armazenagem.

Desta forma a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), segundo seu vice-presidente Tirso Meirelles, registra que com “400 bilhões de reais e subvenção de R$ 2 bilhões para o seguro rural , teremos linhas de financiamento mais atraentes e apoio maior ao seguro rural”.

E foi exatamente essa a proposta que a Faesp levou ao Ministério da Agricultura para o plano safra 2023/24. São medidas tratadas no âmbito dos sindicatos rurais e das lideranças de comissões regionais que formam as comissões técnicas da Faesp.

A proposta da Faesp é consideravelmente robusta comparado ao que tivemos de recursos nos últimos plano safra que foi de R$ 340 bilhões. A proposta envolve também diminuição de taxas de juros de custeio e comercialização, apoio a pequenos e médios produtores, incluindo sustentabilidade que exige da mesma forma investimentos para a sua transição de uma agropecuária convencional para uma de cadeias produtivas agroconscientes.

R$ 400 bilhões para crédito rural e fundamentalmente elevação do orçamento para  R$ 2 bilhões para o Programa de Subvenção do Seguro Rural são propostas corretíssimas da Faesp.

Que Tirso Meirelles os obtenha para cada vez mais termos agricultores menos vítimas e muito mais protagonistas e donos dos seus destinos enfrentando com recursos justos todos os fatores incontroláveis de uma atividade de elevado risco a céu aberto. Seguro rural é parte da libertação da vitimização por danos climáticos.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Estou aqui em Brasília no 2º Fórum Nacional do Leite com Geraldo Borges, presidente da Abraleite – Associação Brasileira dos Produtores de Leite – e temos aí no país cerca de 1 milhão e 200 mil produtores de leite em tudo que é cidade, o consumo per capita eu não sei como é que anda, mas em síntese, perguntei ao Geraldo Borges quais as principais ações do setor do leite brasileiro.
E a música do dia é o carro do ovo do Zeca Pagodinho. A galinha chorou, chorou de felicidade. Chegou o carro do ovo para fortalecer nossa comunidade. Mas o carro do ovo, do frango, do suíno estão em grave risco dos custos estratosféricos de produção.
Estudos do Cepagri/Unicamp e Embrapa no trabalho: “aquecimento global e a nova geografia de produção agrícola no Brasil” estão se materializando. O pesquisador Eduardo Assad registrou no Jornal da Unicamp o seguinte: “infelizmente ainda existem os que acham que somos uma ilha de agroprosperidade em um mundo de invejosos, cresceu muito o negacionismo climático nos últimos 4 anos”.
Na China, nesta semana, o presidente da Apex Jorge Viana  falando no seminário do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), realizado no centro para a China e sobre globalização disse: “nós brasileiros deveríamos parar de dizer fora do Brasil que o Brasil não tem problema ambiental. Nós temos e faz muito tempo”. E demonstrou com dados o quanto da floresta amazônica foi desmatada se transformando em pecuária, agricultura, e floresta secundária (Estadão, edição de 28/3). Recebi centenas de manifestações de “repúdio” das mais diversas entidades do setor.
© 2024 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite